A balança comercial brasileira acumulou superávit de US$ 1,052 bilhão em julho até a semana passada. Este é o melhor resultado mensal desde janeiro de 1997, quando foi registrado um superávit de US$ 1,172 bilhão. No ano, o superávit acumulado é de US$ 3,658 bilhões, resultado de exportações de US$ 30,486 bilhões e importações de US$ 26,828 bilhões, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O superávit deste ano já superou o de 2001, quando a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 2,6 bilhões, interrompendo a trajetória de déficits comerciais iniciada em 1995. A expectativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) é fechar 2002 com superávit de US$ 5 bilhões.
Na última semana, as exportações superaram as importações em US$ 149 milhões, as vendas externas foram de US$ 1,339 bilhão, enquanto as compras ficaram em US$ 1,190 bilhão. O saldo positivo dos últimos doze meses (da quinta semana de julho de 2001 à quarta semana de julho deste ano) é de US$ 6,160 bilhões, o maior desde o período de março de 1994 a fevereiro de 1995, que foi de US$ 7,375 bilhões.
A média diária das exportações de julho, US$ 271,7 milhões, é a maior deste ano. Em comparação com o mesmo período do ano passado, houve acréscimo de 20,4%, motivado pelo aumento nas vendas dos produtos das três categorias: básicos (petróleo, farelo de soja, minério de ferro, soja em grão, carne suína e café em grão), semimanufaturados (ferro e aço, óleo de soja, alumínio, celulose, couros e peles e ferro ligas) e manufaturados (chassis com motor, óleos combustíveis, açúcar refinado, motores para veículos, laminados planos de ferro e aço, madeira compensada, aviões, bombas e compressores, móveis, motores e geradores e aparelhos transmissores e receptores).
Nas importações, a média diária até a quarta semana de julho foi de US$ 219,1 milhões, 0,8% menor, se comparada com o mesmo período do ano passado. Reduziram-se os gastos com veículos e partes (-26,8%), combustíveis e lubrificantes (-22%), farmacêuticos (-16,1%), produtos químicos (-10,6%), siderúrgicos (-6,1%) e cereais e produtos de moagem (-5,2%).
Apesar da previsão dos analistas, o arrefecimento da greve dos auditores da Receita Federal ainda não fez as importações explodirem. Os especialistas têm sustentado a tese de que há um déficit represado, que se concretizará quando as mercadorias retidas nos portos forem totalmente desembaraçadas.
Para os técnicos do Desenvolvimento, a alta do dólar conteve as compras externas e não deve haver explosão das importações.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC (por Suelen Menezes) e Valor On Line, adaptado por Equipe BeefPoint