Há uma luta desleal sendo implantada no Brasil. Uma luta covarde, parcial, endossada por representantes do Governo; uma luta que, aos moldes das cruzadas medievais, é abençoada por alguns poucos religiosos, que fazem parte de uma minoria do clero que é desatualizada, preconceituosa, irresponsável, alucinada e radical. Que moral temos para falar dos atos radicais que assistimos em outros cantos do mundo?
Tomam partido, nesta luta, intelectuais de bibliotecas, cujos ouvidos estão fechados para outros pontos de vistas. “Estudiosos” que nasceram com opiniões formadas, construídas a partir do raciocínio de pensadores que viveram no século XIX, ou mais tardar no início do século XX. Uma alucinação diplomada, com mestrado e “pós doctor”!
Os verdadeiros trabalhadores do campo, que constroem uma nação, não querem luta. Querem apenas trabalhar, seguir em frente e ter condições de fazer o que sabem. Na melhor das hipóteses, querem ser reconhecidos. Se bem, que mesmo que não o sejam, continuarão batalhando, pois foi assim até hoje.
Este debate volta à tona depois dos lamentáveis acontecimentos dos últimos dias.
O bárbaro assassinato da freira missionária Dorothy Stang, no Pará, exige uma reflexão da sociedade. Não há justificativas, não deve haver perdão, não há motivos para amenizar a punição dos responsáveis. Crime é crime. Deve ser julgado e, severamente, punido conforme as leis brasileiras.
No entanto, é preciso refletir e buscar meios para se evitar que outras atrocidades sejam cometidas, que outras vítimas tombem e evitar que o Brasil realmente caminhe para a brutalidade. Além dos culpados pelos crimes, pois não foi um ato isolado, é preciso enquadrar os responsáveis, anular as suas ações e, assim, evitar que fatos como este se tornem constantes.
Maurício Petrosino, leitor do jornal “O Estado de São Paulo”, levantou uma questão interessante na edição de 15 de fevereiro de 2005. Ao somar o assassinato da freira com o cárcere, tortura e morte dos policiais militares de Pernambuco, uma semana antes, Petrosino pergunta se tais vítimas não seriam reflexos da tal luta de classes, conclamada há anos por diversas entidades do país. E quais são estas entidades?- O MST e todas as outras que o apóiam.
O leitor, em sua exposição consciente e fundamentada, lembra que numa luta há vítimas. O que será que os irresponsáveis, que vivem conclamando levantes, esperariam como resultados de uma “luta”? Paz e amor?
O caso de Dorothy gerou repercussão muito mais ampla que o assassinato do PM pernambucano, torturado e morto por membros do MST. Se a repercussão tivesse sido a mesma, assim como a prometida urgência de ações das autoridades, será que o assassinato de Dorothy poderia ter sido evitado? Nunca saberemos.
Membros do alto escalão do Governo disseram que o assassinato de Dorothy é um desafio às autoridades e que não ficará impune. Ora, todo assassinato, ou qualquer outro tipo crime, é um desafio às autoridades.
No entanto, o maior desafio às autoridades é quando o criminoso avisa antecipadamente sobre os seus crimes, zomba das autoridades, conclama a violência e levantes populares. Atropela os poderes, especialmente o judiciário, quando julga, condena e aplica a sentença. Essa é a rotina do MST.
Veja a notícia da fundação da escola do MST, veiculada pelos jornais em meados de janeiro de 2005. Na inauguração, segundo a agência Reuters, João Pedro Stédile defendeu a ocupação de terras produtivas, dizendo se tratar de “um direito legítimo pela sobrevivência”, mesmo que isso cause problemas “políticos”.
Seu discurso seguiu inflamado, gerando aplausos o tempo todo, a cada delírio proferido pelo líder insano: “Essa escola é para tomar o poder para os trabalhadores. Para que os companheiros transformem o conhecimento científico em instrumento de libertação e não de exploração, como eles fazem”.
“Os nossos inimigos são os latifundiários, o imperialismo, as multinacionais, os banqueiros, a exploração capitalista e a ignorância”, disse ele. “Contra esses nós lutamos.”
O que pasma é que todas estas declarações foram feitas sob a silenciosa aprovação do ministro Miguel Rossetto, representante legítimo do Governo, que aprova uma escola perturbadora da paz em solo brasileiro.
Uma escola que cita, idolatra e segue os ensinamentos de ditadores que fizeram de seus Governos verdadeiros banhos de sangue, perseguição e atrocidades contra os habitantes de seus países.
Hugo Chávez, presidente da Venezuela, um dos citados por Stédile, veio ao Brasil, conclamou levantes por ser belicista, revolução, ódio aos norte-americanos e todo tipo de barbaridade que possa ser proferida por um governante irresponsável. Foi muito aplaudido ao discursar num acampamento dos Sem Terra, aproveitando a sua visita ao Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre.
Menos de quinze dias depois, o presidente brasileiro, em encontro com o colega venezuelano, fazia eco às críticas contra o Governo norte-americano.
De fato, a história de violência que toma conta do campo é contada pelas vítimas, pelos assassinos e pelos instigadores. Os assassinos são os que praticam o ato, os instigadores são os que contribuem para esta situação.
Dom Tomás Balduíno, o clérigo do preconceito, com sua miopia histórica, insiste em culpar o agronegócio pela violência. “Onde floresce o agronegócio aumenta a violência” (Folha de São Paulo, 14/02/2005).
Com sua ignorância absoluta, esquece-se que as roupas que veste, a hóstia e o vinho de suas preces e quase tudo que o circunda é fruto do esforço de quem está no agronegócio, labutando no campo. Desconhece também que não fosse o ganho de produtividade do agronegócio nos últimos 40 anos, o mundo precisaria desmatar mais de 1 bilhão de hectares para produzir o alimento que é produzido atualmente.
O padre do preconceito também não aceita a realidade de que o agronegócio é responsável por 35% do PIB (Produto Interno Bruto). Ao contrário do que pregam estas ideologias “modernas” de quase 200 anos atrás, estima-se que o agronegócio seja responsável por 40% a 50% da geração de empregos no país, segundo estimativa baseada em estudo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Mas, é evidente que existem responsáveis por este caos que pode tomar conta do campo. Os responsáveis são os ignorantes, despóticos, baderneiros e falsos intelectuais que passaram a vida incentivando a “luta” contra o “sistema” e agora, em cargos que exigem responsabilidade, continuam sectários e dando suporte a atos de banditismo.
Sim, banditismo já denunciado diversas vezes pela mídia. Há meses que o engenheiro agrônomo, ex-presidente do Incra, Xico Graziano vem denunciando que os acampamentos do MST viraram refúgios para foragidos, gatunos e maus elementos que se apóiam na ausência de leis que tomam conta destes acampamentos. São verdadeiros feudos independentes da legislação brasileira.
Onde tem bandido é de se esperar que haja violência, assassinatos, crueldades e outros abusos.
Os policiais de Pernambuco, a missionária Dorothy Stang, diversos desempregados, agricultores funcionários e empresários que se vêem envolvidos em conflitos são as grandes vítimas desta situação.
São abatidos pela intolerância, pela violência incitada por líderes distantes, pelo medo e pelo oportunismo de bandidos que buscam a impunidade em movimentos intocáveis pela justiça e defendidos por parte das autoridades.
Os responsáveis por esta situação são aqueles que incentivam a violência, que divulgam números mentirosos sobre fatos, que ludibriam a sociedade fazendo-a acreditar numa utopia impraticável.
O atual Governo foi eleito para governar num regime democrático, buscando o bem para a população do país. O povo brasileiro não elegeu um Monarca, mas sim um presidente para defender os interesses do país.
Não interessa à sociedade as demagogias internacionais, acordos politicamente corretos, demonstrações de anti-americanismos e outros desvios de foco quando representantes da nação brasileira se encontram em situações de negociação.
Interessa que os interesses brasileiros estejam em primeiro plano, que o Governo crie condições para o desenvolvimento, bem estar social, geração de empregos. Está na hora de Governar com seriedade.
A incitação de violência deve ser severamente punida, para se evitar a concretização da violência. Não cabe, em pleno século XXI, espaço para delinqüentes convocarem levantes nos meios públicos. Um pouco de ordem faria bem ao Brasil, já tão combalido.