Ao comentar as dificuldades de negociar novas exportações para a Rússia, principal mercado externo do JBS com quase 20% das vendas da empresa, Joesley disse que os riscos não compensam operações para o exterior nos valores atuais.
O dólar a R$ 2,30, bem mais valorizado que o R$ 1,60 de há alguns meses, não é suficiente para compensar a queda de preço da carne bovina no mercado internacional e os maiores riscos na exportação diante da crise financeira, disse ontem o presidente do JBS, Joesley Mendonça Batista.
Ao comentar as dificuldades de negociar novas exportações para a Rússia, principal mercado externo do JBS com quase 20% das vendas da empresa, Joesley disse que os riscos não compensam operações para o exterior nos valores atuais.
“Todo ano a Rússia engasga. Vamos ter que achar um ponto em comum, pois a grande dificuldade é que com a crise de liquidez não tem quem financie isso. Eu não quero dar prazo a ele, e ele não quer comprar à vista”, disse Batista.
Segundo ele, em tempos de calmaria financeira, era compensador exportar com diferença de 1 a 2% sobre o preço do mercado interno. “Hoje, se eu não tiver no mínimo 30%, não exporto. Pois vou sangrar para ter capital de giro, depois eu vou morrer de medo de o cliente não me pagar”, destacou.
Endurecendo com o seu principal cliente, Batista chegou a afirmar que “só se a Rússia me pagar 5mil dólares” a companhia continuaria exportando para o país. Em outubro, o preço médio da carne brasileira vendida aos russos foi de R$ 4,19 mil dólares por tonelada.
O executivo diz que no cenário atual o real precisa se desvalorizar ainda mais para garantir exportações. “Com esse câmbio de R$ 2,30, não consigo exportar. Com o aumento dos riscos envolvidos, a exportação não vai andar bem, porque o preço em dólar está caindo”.
Por isso, o JBS quer que a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) reivindique que o Banco Central pare de vender dólares ao mercado. “Quero que o câmbio volte a 2,80”.
Apesar das dificuldades nas negociações espelhadas na relação com a Rússia, o empresário não prevê mudanças nos volumes exportados para seus principais clientes em 2009, embora admita mudança de preço ante 2008. “A perda da capacidade de compra é global. Você vai comer carne, o que vamos discutir é preço.”
As exportações da empresa para todos os destinos somaram US$ 1,7 bilhão no terceiro trimestre de 2008, representando 36% da receita bruta da companhia, que tem no mercado interno sua principal fonte de ganho.
O JBS confirmou a inauguração no primeiro trimestre de 2009 da unidade de produção de hambúrgueres da empresa na Rússia, com capacidade para 25 mil toneladas/ano, para abastecer o McDonald´´s naquele país. “Vamos entrar mais na Rússia, fizemos um contrato com o McDonald´´s, vamos fazer a operação direta, sem importador, nem trading do processo”.
Para Joesley, a crise abre espaço para novas aquisições no Mercosul e no Brasil. Explicou que a empresa ainda aguarda a aprovação nos EUA, da compra do National Beef, negócio que não pretende desfazer.
A matéria é da Gazeta Mercantil, resumida e publicada pela Equipe BeefPoint.
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Espero que essa diferença de preço do mercado interno para o mercado externo a fim de viabilizar as exportações, não seja obtida pela redução dos preços do mercado interno. Dessa forma, pagaremos a conta mais uma vez.
Um Brasil e dois brasileiros.
Enquanto o governo e o povo aguardam a valorização do real e seu fortalecimento, o Sr Joesly aguarda chegar a R$ 2,80 ou melhor talvez R$3,0.
Sou pecuarista e cliente do Friboi, vi o JBS crescer e tornar-se uma potência que é hoje; do outro lado está o pecuarista arcando com os prejuizos de anos, torcendo para uma moeda forte e estavel.
Somos todos brasileiros, poucos pecuaristas brasileiros.
Parabéns Sr Batista, a convivencia com os argentinos está lhe fazendo muito bem, o Sr aprendeu muito rápido a ser audacioso e prepotente, este é o sonho de consumo do produtor rural, ter um lider com estes requisitos.
Quando o Sr comenta dos riscos de vender fiado, nós aqui ficamos em pânico, porque sabemos que toda vez que o frigorífico tem problemas quem paga a conta é o produtor, estamos passando por momentos negros aqui no MS com calote de frigorífico, se a Rússia engasga todo ano aqui no Brasil os frigoríficos engasgam todo mês.
Será que nós também poderemos endurecer e exigir um boi de R$100,00/@, para pelo menos pagar os custos de produção?
E quando o Sr exigir do Banco Central que pare de vender dólares, os frigoríficos pequenos também querem que o Sr pare de vender carne abaixo do custo no mercado interno, seja mais simpático e, diz que é para remunerar melhor o produtor, engana eles, ou então teremos uma quebradeira geral.
Sr Batista,o JBS conseguiu ter unidades em vários países, mas uma coisa ele só consegue aquí no Brasil, a galinha dos ovos de ouro que é o pecuarísta brasileiro, o BNDES também bota seus ovinhos mas precisa do produtor para sustentar, cuide desta galinha ou vamos todos para o buraco, ou melhor, menos o Sr que com certeza pagaremos a sua parte.
Com todo respeito Sr. Joesley com o dólar a R$ 2,80 qualquer um exporta! Faça pressão no governo para que ele se manifeste em relação a Russia e acabe forçando ela comprar através de insenção de impostos na importação de produtos de origem deste país!
O aumento do risco dificulta muito mais a produção, porque na verdade os frigoríficos são intermediários do risco, se eles não recebem não pagam os produtores, os frigoríficos apenas deixam de ganhar quem perde é o produtor.
Caros amigos,
Eu já perdi venda para o “JBS” porque eles tem costume de vender no mercado interno bem abaixo do preço de custo, onde nós os pequenos, perdemos nossos clientes.
Digo mais, com um socio como o BNDS-PAR, tudo esta lindo e nos aqui temos qu lutar com bancos privados cada dia mais exigentes com seus criterios de captação de recursos, descontos, etc.
O nosso primo “bilionario” esta literalmente em outro mundo ainda.
Onde isso vai parar?
Os pecuaristas ainda insistem em vender mais barato, a prazo para os grandes, do que vender com preços de mercado para nos os pequenos.