O Banco do Brasil (BB) anunciou ontem (20) os recursos e as linhas de financiamento para os negócios a serem realizados durante a Expointer 2002, no Rio Grande do Sul. O banco terá R$ 30 milhões disponíveis para financiamentos, sendo R$ 27 milhões para máquinas e equipamentos agrícolas adquiridos via Finame e R$ 3 milhões para aquisição de animais, máquinas e implementos através de convênios do BB Agro.
O total supera em 30% os recursos de R$ 23 milhões disponibilizados pelo banco na Expointer 2001, mas o incremento se restringe às máquinas pelo Finame. A linha para compra de animais é a mesma da última mostra. “Se houver necessidade, podemos destinar mais recursos para financiamentos”, avisa o superintendente do Banco do Brasil no RS, Derci Alcântara.
Nos dois dias de negócios do Simers, 28 e 29 de agosto, a superintendência do BB no Estado levará caravanas com pelo menos mil produtores a Esteio. Eles fazem parte de um grupo de dois mil clientes selecionados pelo banco e com crédito pré-aprovado no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Para a compra de animais, o teto é de R$ 60 mil no ano. Por isso, o pecuarista que usou o BB Agro na Expoleite, por exemplo, poderá obter empréstimo apenas do saldo. O financiamento é de 100% da compra para pequenos produtores e de 80% do total para os demais agricultores. O prazo é de 24 meses, com juros de 8,75% ao ano. A definição do intervalo entre os vencimentos dependerá da renda do produtor.
Para aquisição de maquinário e implementos fora do Finame, o BB Agro repete valor, limites e juros anuais, mas o prazo de pagamento é de 36 meses, também respeitando o rendimento. Somado aos R$ 3,4 milhões anunciados pelo Banrisul, o valor que circulará na mostra é de R$ 33,4 milhões. O Sicredi ainda não divulgou suas linhas.
A maior demanda por financiamentos deve partir novamente do setor de máquinas, de acordo com Alcântara. Segundo ele, mais de 90% do volume de R$ 16 milhões em negócios fechados pelo Banco do Brasil na Expointer 2001 partiram das vendas realizadas por esse segmento. “A animação do setor agropecuário também deve ser responsável por um aumento geral na procura por recursos este ano”, acredita.
O presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais Raça (Febrac), José Cairoli, está satisfeito com a linhas de crédito divulgadas. No entanto, na avaliação do presidente do Simers, Cláudio Bier, o aumento de R$ 20 milhões para R$ 27 milhões do crédito do BB para máquinas e equipamentos comprados através do Finame é insuficiente. Ele irá pleitear hoje, junto à superintendência do banco, um montante de pelo menos R$ 40 milhões, tendo em vista que o setor projeta um incremento de 66% das vendas em relação à mostra passada, totalizando R$ 50 milhões.
O superintendente do BB destaca o lançamento da linha de crédito para o programa de irrigação (Proirriga), que ofertará até R$ 250 mil por produtor para implantação, renovação ou reconversão de sistemas de irrigação. O prazo é de até 96 meses, incluída carência de até 36 meses e juros fixos de 8,75% ao ano.
O Banco do Brasil foi responsável pelo financiamento de R$ 1,9 bilhão na safra 2001/2002. A expectativa, segundo Alcântara, é elevar para R$ 2,3 bilhões o volume financiado na safra 2002/2003.
Fonte: Correio do Povo/RS e Jornal do Comércio/RS, adaptado por Equipe BeefPoint