Muitas pessoas estão tomando ALC como suplemento de alto custo para obter os benefícios descritos abaixo. Mas não faria muito mais sentido obtê-lo de graça nos alimentos?
Há uma nova razão do porquê pode ser benéfico deixar as vacas pastarem grama. Esta razão envolve um componente chamado ALC, ácido linoléico conjugado.
ALC é um ácido graxo encontrado na carne e laticínios. O interesse científico no ALC foi estimulado quando em 1988 os pesquisadores da Universidade de Wisconsin descobriram suas propriedades na luta contra o câncer num estudo feito com ratos alimentados com hambúrguer frito. ALC não pode ser produzido pelo organismo humano, mas pode ser obtido através de alimentos tais como leite integral, manteiga, carne bovina e carneiro.
“O interessante é que produtos lácteos originados de animais criados a pasto, produzem maiores quantidades de ALC no seu leite que aqueles que recebem rações” comenta o cientista em laticínios, pesquisador do Instituto de Agricultura, Larry Satter.
Satter conduziu um estudo comparando a quantidade de ALC no leite de vacas que pastavam com a quantidade das vacas alimentadas com ração ou silagem.
Aqui seguem seus resultados:
– Vacas alimentadas a pasto tem 500% mais ALC no seu leite que aquelas alimentadas com silagem.
– O ALC pode ser um das mais potentes substâncias na luta contra o câncer na dieta diária: Nos estudos em animais, metade de 1% de ALC na dieta reduziu o crescimento tumoral em mais que 50%.
– O ALC demonstrou que reduz a gordura corpórea nas pessoas com sobrepeso: um estudo com controle por placebo, duplamente cego, randomizado, publicado em Dezembro de 2000 no Jornal de Nutrição, constatou que o ALC reduz a gordura e preserva os tecidos musculares. De acordo com o gerente do projeto de pesquisa, uma redução média de 3kgs de gordura corpórea foi constatado no grupo que tomou ALC comparado ao grupo do placebo. Este estudo verificou que aproximadamente 3,4 g de ALC por dia é o nível necessário para obter-se os efeitos benéficos dela. Dr Michel Pariza, que conduziu a pesquisa do ALC na Universidade de Wisconsin declarou na Sociedade Química Americana que “não faz uma célula adiposa grande diminuir. O que faz é evitar que uma célula adiposa pequena se torne grande” Num estudo separado conduzido na Universidade de Purdue em Indiana, o ALC aumentou os níveis de insulina em cerca de 2/3 nos pacientes diabéticos e moderadamente reduziu o nível de glicose sangüíneo e de triglicérides.
O ALC tem sido objeto de várias pesquisas nos últimos anos e os resultados também sugerem alguns benefícios abaixo listados:
– Aumenta o gasto metabólico: este pode ser um benefício positivo para os pacientes tireóidicos, como hipotireoidismo, mesmo quando tratado, pode reduzir a taxa metabólica em algumas pessoas.
– Diminui a gordura abdominal: o desequilíbrio adrenal e as trocas hormonais que são comuns em pacientes tireóidicos, frequentemente causam uma acumulação rápida de gordura abdominal, assim esse benefício poderia ser de grande valia.
– Incrementa o crescimento do músculo: o músculo queima gordura, que também contribui para aumentar o metabolismo, o que é útil na perda de peso e seu controle.
– Abaixa o colesterol e triglicérides: como muitos pacientes tireóidicos tem níveis elevados de colesterol e triglicérides, mesmo em tratamento, este benefício pode ter um impacto na saúde de pacientes tireóidicos.
– Diminui a resistência insulínica: a resistência insulínica é um risco para alguns pacientes obesos e sua diminuição pode também ajudar a prevenir a diabetes adulta e tornar mais fácil o controle de peso.
– Reduz as reações alérgicas induzidas por alimentos: como as alergias alimentares podem aparecer quando a perda de peso se torna difícil.
– Incrementa o sistema imune: como na maioria dos casos de doenças da tireóide são de natureza autoimune, o incremento da habilidade do sistema imune a funcionar apropriadamente é um possível benefício.
Se estiver interessado em tomar ALC para ajudar com a perda de peso, tenha em mente que não é mágico, e que necessitará começar um programa de dieta e exercício para perder peso com sucesso e mantê-lo.
Definições
ALC
O ácido linoléico conjugado é uma mistura de isômeros posicionais e geométricos do ácido linoléico, que são encontrados de preferência nos produtos lácteos e na carne bovina. Os estudos preliminares indicam que o ALC é um poderoso anti-câncer nos modelos de ratos com tumor de mama com uma ação efetiva de 0,1-1% na dieta.
O ALC é único por causa de sua presença nos alimentos de fonte animal, e sua eficácia anti-câncer é expressa em concentrações próximas as do consumo humano.
Omega 3
É um ácido graxo essencial para o crescimento e desenvolvimento humano. Para sermos saudáveis, é preciso tê-lo. A carne bovina, especialmente a de animais criados a pasto, é uma grande fonte deste nutriente essencial. Sabemos que o Omega 3 é ótimo para indivíduos com problemas cardíacos. Outros estudos estão demonstrando que pode também ter efeitos anti carcinogênicos. Sua fonte são as folhas verdes das plantas. Quando o gado é alimentado a pasto, sua carne se torna uma boa fonte de Omega 3.
Referências bibliográficas
– Le Magazine December 2000 Report Controlling Diabetes Natural Way.
– University of Wisconsin, Madison – Michael Pariza
– Purdue University
– Animal Science – Cornell University.
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Traduzido e compilado por Licinia de Campos, assessora nutricional e gastronômica e parte do comitê técnico do SIC – Serviço Informação da Carne
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O uso de capsulas de acido linoleico, como suplemento alimentar pode trazer algum efeito colateral a longo prazo?
Ele pode inibir a absorção de algum componente no organismo?
Ele pode causar alguma mudança ou dependência no organismo, causando por exemplo tireoidismo?
Prezada Fabrina Martins de Oliveira,
Em resposta às suas perguntas, o que posso lhe adiantar é o seguinte: as pesquisas em animais usam quantidades bem grandes, equivalente a várias gramas por dia para humanos. Até que as pesquisas em humanos sejam conduzidas com ingestão de CLA, a quantidade apropriada a tomar deste nutriente permanece indefinida.
Quanto se há efeitos ou interações, em uma pesquisa voluntários com sobrepeso tomaram 4.5g de CLA por dia por 1 ano e tiveram aumento nos níveis sanguíneos de lipoproteína, um fator de risco para doenças cardíacas. Vários outros experimentos conduzidos de outras formas obtiveram o mesmo resultado e a conclusão a que se chegou é de que o uso a longo termo do ALC pode aumentar o risco de desenvolvimento de doenças cardíacas.
Outros estudos realizados com diabéticos declararam-no perigoso para quem tem a doença ou pessoas em risco.
Experimentos in vitro mostram que o isômero 10t,12c reduz significativamente a secreção de apolipoproteína B de células Hep G2. Tendo em vista que a apolipoproteína B é um componente da VLDL rica em triacilgliceróis, estes resultados sugerem que o isômero do CLA 10t,12c pode reduzir as concentrações plasmáticas de VLDL-triacilgliceróis e, ao mesmo tempo, pode inibir a síntese de ácidos graxos através da regulação da expressão do RNAm e da inibição da atividade da desaturase hepática estearoil-CoA (SCD hepática). Os experts acreditam que aumenta a produção de prostaglandinas, o que pode aumentar a circulação sanguínea.
Como suplemento dietético foi tornado disponível somente em 1996 e seus possíveis efeitos colaterais ainda são pouco conhecidos.
Olá!
Gostei de seu artigo: bem explicativo e simples de entender. Você reforça que bovinos alimentados a pasto têm maiores níveis, em seus produtos, de ALC. Gostaria de saber se você tem alguma informação de que a carne bubalina seja mais rica neste AG que a bovina?
Obrigado desde já.