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Bertin traça plano ambicioso para os próximos 5 anos

Em meio à crise de crédito que derrubou os preços das commodities agropecuárias e já levou sete frigoríficos à recuperação judicial, a Bertin S/A traça um plano ambicioso para os próximos cinco anos. A empresa quer mais que dobrar seu faturamento, que ficou, no ano passado, em R$ 7,5 bilhões.

Em meio à crise de crédito que derrubou os preços das commodities agropecuárias e já levou sete frigoríficos à recuperação judicial, a Bertin S/A traça um plano ambicioso para os próximos cinco anos. A empresa quer mais que dobrar seu faturamento, que ficou, no ano passado, em R$ 7,5 bilhões.

“Em cinco anos seremos uma empresa com receitas de R$ 19 bilhões”, diz Fernando Falco, diretor executivo da Vigor, empresa de lácteos comprada pela Bertin no fim de 2007. Parte dos investimentos virá de recursos próprios e o restante deve ser levantado junto a outras fontes de financiamento, como o BNDES – o banco já tem participação de 27% da empresa.

Com capacidade instalada de abate de 14 mil bovinos por dia o grupo já tem praticamente finalizadas obras de expansão que elevarão essa capacidade para 19 mil cabeças por dia até o fim deste ano. De acordo com o diretor executivo da área de carnes do grupo, Evandro Miessi, o Bertin opera hoje com cerca de 85% da capacidade instalada – ou seja, vem abatendo cerca de 12 mil cabeças por dia.

Segundo o executivo, o grupo vem conseguindo atravessar sem grandes sobressaltos a crise que se abateu sobre o setor. Prova disso seria o crescimento de 27,1% da receita no ano passado em relação a 2007. Mais do que isso, a empresa cresceu no 4º tirmestre, “ocupamos o mercado deixado pelos outros concorrentes”, diz Miessi.

O grupo também afirma estar capitalizado, o que dá mais tranquilidade para a operação, parte dessa capitalização foi garantida pelo BNDES.

Para Miessi, o fato de o grupo estar conseguindo crescer durante a crise se explica pela grande reestruturação que vem sendo feita desde 2005. “A crise no setor de carnes não começou agora. O início foi em 2005, quando foram descobertos casos de febre aftosa em MS e vários países fecharam as portas para a carne brasileira”, diz.

Naquela época, o Bertin exportava cerca de 80% de sua produção e decidiu mudar de estratégia e buscar o equilíbrio entre o mercado externo e interno – no ano passado, 50% da receita já veio do mercado interno. Buscou também divesificar o máximo possível as destinos das exportações, como forma de minimizar os ricos.

Marketing

No mês que vem, a empresa inicia uma campanha cujo objetivo será ensinar o consumidor a compra carne. “Queremos capacitar o consumidor para que ele reconheça a nossa marca de carne e, com isso, escaparmos da commoditização”, diz Miessi.

A matéria é Márcia De Chaira e Alexandre Calais, publicada no jornal O Estado de S. Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Névio Primon de Siqueira disse:

    Acho muito importante e arrojado o planejamento do frigorifico Bertim para o futuro, porem acredito que tendo qualidade e, como faz parte do plano, a popularização de sua marca para agregar valor ao produto, acredito em sua estratégia.

    Fara mais sucesso ainda, se souber reconhecer um bom boi, também agregando valor ao produtor de bons animais, para que a cadeia toda participe dos maiores custos e também dos maiores lucros dos produtos ofertados.

    Vamos esperar para ver.

    Abraço,

  2. Luciano Andrade Gouveia Vilela disse:

    Se a empresa pretende ampliar a capacidade de 14 para 19 mil abates diários como explicar as unidades fechadas (Araguaina entre outras) desde outubro de 2008, em regiões com ótima oferta de matéria prima?

    Esse fechamento não tem nem data prevista para nova abertura e está causando um mal danado à lei da procura no estado do TO que hoje tem o boi mais barato do país e logisticamente é bem localizado!

    Abraços a todos.

  3. Louis Pascal de Geer disse:

    Planejamentos estrategicos só podem funcionar quando são elaborados com participação de todos e depois de ter sido feito uma verdadeira “soul searching” onde os erros e acertos são diagnosticados e explicados corretamente.

    Infelizmente não estou sentindo nenhuma humildade na materia e sim vendo as armadilhas de grandeza e escala sendo armados para os proximos 5 anos. Para mim não é o consumidor que tem que ser capacitado para reconhecer a marca Bertin, mas ao contrario é o Bertin que tem que se capacitar para entender o que os consumidores querem.

    Ninguem é ninguem sem os clientes e os consumidores, e em qualquer planejamento isto deveia costar na primeira pagina.

  4. Carlos Alberto Ribeiro Campos Gradim disse:

    Sou admirador do grupo Bertin e confesso minha permanente torcida por seu sucesso. Impressiona-me em particular a ocupação declarada acima, de 85% da capacidade instalada, um nível muito superior ao indicado por todos os seus concorrentes.

    Espero sinceramente que isto esteja mesmo ocorrendo, e sem sacrifício expressivo de margens e caixa (nas atuais circunstâncias, é praticamente impossível evitar algum sacrifício).

  5. PAULO SARAIVA DE JESUS FRANÇA disse:

    Muito bom essa de desenvolver uma marca de carne bovina, isso estava faltando no mercado. O frango e suino tem marcas. Ai poderíamos passar também para um sistema integrado, com parcerias entre frigorificos e pecuaristas, para que tenha um produto de qualidade que corresponda a sua marca. Podendo o frigorifico inclusive planejar o fornecimento de bois e o tipo de carcaças que deseja.

  6. Humberto Silva Barros disse:

    luciano andrade vilela,sou de imperatriz do maranhão,gostaria de entrar em contato com vc,pois e de meu conhecimento,que vc recebeu oque o arantes alimentos lhe devia!verdade!pode responder no imail!humbertosilvabarros@hotmail.com