Bezerro e Boi: ABC novamente?

E lá se vão oitos anos desde a última vez. Faz tanto tempo… se demorar mais um pouco corremos o perigo da gente esquecer que um dia isso aconteceu. Estou falando sobre o desenrolar da relação entre as arroba do boi e do bezerro, caro leitor. A gente sabe que uma tem a ver com a outra. Mas o quanto sabemos?

Observe o gráfico abaixo:

Fico maravilhado como ano após ano, boi e o bezerro confirmam suas relações íntimas. Para onde um vai, o outro vai atrás. Não só em preço, obviamente, mas também em rentabilidade e momentum de mercado. Não sei a sua opinião, mas para um invernista de um modo geral, penso aqui comigo que conhecer a dinâmica do seu principal custo de produção é muito importante. Conhecer a dinâmica do bezerro é saber, no longo-prazo, quando ele está subindo (ou subirá) e quando ele está caindo (ou cairá).

Eis mais um exemplo das coisas como elas são. Acima temos o valor da arroba do bezerro dividido pela arroba do boi gordo. O resultado é quanto a arroba do bezerro vale mais do que a arroba do boi, ou seja, o ágio da arroba do bezerro sobre a arroba do boi, medido em porcentagem. Quanto mais próximo de 0%, menor o ágio do bezerro sobre o boi. Quanto mais próximo de 0%, mais em conta o bezerro está para o invernista, ou seja, para quem compra.

Repare nesse gráfico o que parece ser uma nova formação ABC. Chamei aqui de ABC, poderia chamar de qualquer outro nome, mas a ideia é só para mostrar como um padrão que ocorreu oito anos atrás parece que está se repetindo novamente nesses últimos anos.

Como assim? O A e o B de hoje estão muito parecidos com os de lá atrás. Tracei até as retas para interligar os pontos. Repare na simetria. Com dois pontos ligados, A e B, esperamos pacientemente vários meses até termos condições de enxergar se formaríamos um terceiro ponto, a tal letra C.

Parece que estamos tendo isso por esses dias. Parece. Se o movimento do boi (baixa) e do bezerro (alta) se reverter por essas semanas, aí sim teremos uma confirmação.

Se essa confirmação vier, e o padrão se confirmar, não me estranharia de ver o padrão se tornar semelhante a partir daqui, e de enxergar o mercado da pecuária de forma parecida com o que ocorreu em 2004, 05 e 06, onde o custo de produção do invernista ficou muito mais acessível do que é hoje, financeiramente falando.

Saberemos mais nos próximos meses.

As informações são da Carta Pecuária, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.