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Bezerro é valorizado no Paraná

As boas condições de pasto desde o início do ano e, agora, no período que antecede o inverno, valorizaram o bezerro desmamado no Paraná. Mesmo com a entrada da safra de bezerros, os preços se sustentaram com animais sendo vendidos a R$ 400,00 em alguns momentos. No período de maio de 2002 a maio de 2003 a cotação da desmama nelore no estado acumulou alta de 22%. Já a cotação do boi gordo, no mesmo período, ficou em 24%.

A tendência é reduzir a demanda pela desmama, com aumento da oferta devido à safra de bezerros em maio e, conseqüentemente, recuo dos preços. ”Mais para frente, em junho, o preço da arroba do boi começa a subir, em função da entressafra, e o bezerro não sobe, melhorando a relação de troca, favorecendo quem compra. Mas tudo ainda vai depender da oferta”, prevê o analista da Scot Consultoria, Fabiano Tito Rosa.

Para a safra de bezerro, segundo ele, a expectativa é de que este ano a oferta será maior. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o rebanho brasileiro tem crescido em média de 1,5 a 2% ao ano, o que mostra retenção de matrizes.

Em função da valorização do bezerro nos últimos dias, a relação de troca no Paraná teve um perfil diferente do restante do País segundo Rosa. ”A relação de troca desmama/boi gordo no Paraná é a mais baixa do País. Com a chegada da entressafra o quadro deve começar a se inverter”.

O período não foi bom para a reposição, que esteve muito alta, com uma relação de troca reduzida para quem vende o boi gordo. Nos últimos dias, com a venda do boi gordo foi possível comprar em média 2,08 bezerros. Em São Paulo e outras praças essa relação foi melhor, em 2,26 para o bezerro desmamado. O boi subiu mais que o bezerro. Em São Paulo a alta somou 24% e o bezerro entre 8% e 9%.

No Paraná, segundo o analista, a valorização do bezerro pode ser explicada devido a alta valorização desses animais em feiras agropecuárias que aconteceram no estado desde o início do ano. Também pode ser creditada em função do clima que favoreceu as condições de pastagens aumentando a procura pela categoria.

Segundo ele, o bezerro acompanhou a cotação do boi gordo e quando houve queda na arroba, o preço do animal mais jovem se manteve. Foi uma fase boa para quem faz a cria ou vende o animal um pouco mais velho, para a recria. Quem faz a engorda teve que arcar com custos de produção mais altos. ”O poder de compra do invernista no Paraná aumentou em apenas 2% no último ano, mantendo os custos altos,” avaliou Rosa.

Segundo o analista, em São Paulo a alta acumulada para o boi gordo também foi de 24%, porém para a desmama foi de apenas 11%, fazendo com que o poder do invernista paulista aumentasse em 13%.

Fonte: Folha de Londrina/PR (por Cláudia Barberato), adaptado por Equipe BeefPoint

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