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Bezerro produzido em Mato Grosso do Sul regula preço no País

O valor pago pelo bezerro em Mato Grosso do Sul será a base para a comercialização deste produto em todo o País. Hoje, a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) e a Escola Superior de Agricultura (ESALQ) lançam o indicador do bezerro. O índice vai balizar os contratos futuros da BM&F com estes produtos, que serão colocados no mercado entre um e dois meses.

O indicador é uma média aritmética dos preços do bezerro nas principais regiões produtoras de Mato Grosso do Sul: Campo Grande, Dourados, Corumbá, Coxim e Três Lagoas, sendo o animal cotado em reais por quilo vivo. O índice é diário e refere-se a machos da raça Nelore, na fase pós-desmama, com oito a 12 meses de vida. Há um ano este indicador foi aberto para observações de um grupo restrito e agora será apresentado a todo o mercado. A cotação, que servirá para todo o País, é feita em Mato Grosso do Sul porque o estado tem o maior rebanho bovino do Brasil.

O contrato futuro do bezerro permitirá que o pecuarista programe a reposição de boi gordo por bezerro, através da operação de hedge (proteção). “Com isso, o produtor pode fixar o preço do boi e do bezerro de forma a ter a melhor relação de troca possível”, afirma o diretor de Mercados Agrícolas da BM&F, Félix Schouchana. Ele explica que assim o pecuarista pode vender o boi em seu maior preço e adquirir o bezerro para reposição quando a relação entre a quantidade de bezerros por boi estiver melhor (um boi para cada três bezerros, por exemplo). O responsável pelos Indicadores Esalq/BM&F do boi gordo e do bezerro, Sergio De Zen, afirma que este contrato será mais um instrumental para a diminuição dos riscos da pecuária. “Juntos, os contratos do boi gordo e do bezerro proporcionarão um planejamento de longo prazo”, afirma.

Questão subjetiva

Segundo Schouchana, relacionar o preço de um bezerro é muito mais difícil do que a do boi gordo. “É mais subjetivo porque não se sabe quanto ele pode ganhar peso”, avalia. Por isso os pesquisadores buscaram a maior quantidade de informações junto a produtores, escritórios de compra e venda de gado, corretores de animais do mercado físico regional e leilões. De Zen explica que, antes, muitos produtores comercializavam o bezerro por cabeça e não por quilo. Segundo ele, com a venda por quilo há menos distorções de preços, pois não se vende um bezerro mais pesado pelo mesmo preço de outro. Ontem, o indicador do bezerro estava cotado em R$ 1,85 por quilo vivo.

O assessor da Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul (Famasul), Cláudio Mendonça, acredita que a definição do preço do bezerro deve regular o mercado futuro. “O boi gordo já tem uma cotação através da Bolsa. Fica difícil para o produtor de engorda saber se ele vai ganhar ou perder com aquele animal no futuro”, diz.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi), adaptado por Equipe BeefPoint

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