O mercado futuro seguiu em baixa nesta sexta feira, e manteve o movimento de liqüidação de muitas posições. Outubro/06 fechou em R$ 59,40/@ (-R$ 0,39) e novembro/06 em 58,12/@ (-R$ 0,47). No mercado físico do boi, o indicador Esalq/BM&F manteve a tendência de curto prazo e fechou em baixa, cotado a R$ 61,54/@ (-R$ 0,36) a vista. Houve baixa em 7 praças.
O mercado futuro seguiu em baixa nesta sexta feira, e manteve o movimento de liqüidação de muitas posições nos 2 primeiros vencimentos. Foram 4.695 contratos negociados e o número de contratos em aberto caiu para 20.617 (-1.267).
Outubro/06 fechou em R$ 59,40/@ (-R$ 0,39) com 1.972 contratos negociados e liquidou 594 posições. Os contratos em aberto estão em 8.216, a 7 dias úteis do vencimento. Novembro/06 fechou em 58,12/@ (-R$ 0,47) com 2.090 contratos negociados. Os contratos em aberto caíram para 6.514, com liqüidação de 615 posições.
O ápice do contrato para outubro/06 ocorreu em 02 de outubro, quando ajustou em R$ 64,98/@. Daquele patamar, a desvalorização acumulada é de R$ 5,58 (no mesmo período, nov/06 caiu R$ 7,08). A diferença entre o contrato futuro para out/06 e o Esalq/BM&F está em R$ 2,14, sendo que na quarta-feira o indicador começa a contabilizar a média para o encerramento deste vencimento. Hoje, out/06 abriu em R$ 59,50/@.
Gráfico 1. Outubro/06 x Esalq/BM&F
Gráfico 2. Evolução do Esalq/BM&F em dólares
Tabela 2. Praças com variação no dia
Otavio Negrelli, Equipe BeefPoint
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A bolsa baliza o físico ou o físico baliza a bolsa?
Os contratos em aberto de boi gordo na bolsa representam UM % do abate brasileiro anual (em 20.out havia 20.617 contr.* 20 bov. = 412 mil bov. versus estimados 41milhões bov. abatidos no ano).
Outro referencial citado foi o pico de US$30/@, porém a exportação representa aprox. 25% da produção, os outros 75% são mercado interno. Que tal transformarmos o salário mínimo em dólar! Também não lembro de salários em dólares nestes níveis, seguramente o pico conhecido. Logo existe poder de compra na população.
Com relação à oferta & disponibilidade de bovinos para abate, comparando esta entressafra com 2005, os indicativos são de redução, somados a um alegado aumento das ofertas neste final de outubro, indicando na teoria um agravamento da falta de bois prontos para novembro e dezembro, então por que a baixa futura?
Os pecuaristas carecem de informações sobre preços com negócios realizados e volumes ofertados, disponíveis rapidamente e fidedignos. A maioria das fontes das informações divulgadas provém de frigoríficos ou comissionados, sendo freqüente a existência de dois preços, um para efetuar negócios e outro para informar aos pesquisadores de preços e na seqüência divulgados aos demais pecuaristas. Sendo comum estes não captarem, ou não ser revelado, os diferenciais entre negócios (lotes grandes, bem acabados, proximidade…) ou até se preço com ou sem desc.de funrural.
Mesmo a BM&F comete um grave erro em não divulgar suas fontes e percentuais atribuídos na formação do índice do boi gordo Esalq/BM&F. O que na prática inviabiliza a checagem pelos pecuaristas da correção das informações fornecidas pelas fontes aos pesquisadores da Esalq.
Nesta escuridão da realidade do mercado físico, os pecuaristas se apóiam numa “luz de vela” que é a bolsa, com muitos colegas baseando suas decisões num “balizador de preço” de UM %. Enquanto os grandes frigoríficos com plantas em várias estados, tem estas informações de mercado em tempo real. E pior, trabalhando muitos deles de forma orquestrada, como já divulgado via mídia e CPIs.
Alguns sindicatos ou federações de exceção têm algum tipo de levantamento nesta área, mas primários na abrangência ou rapidez de divulgação dos dados. Porém a pecuária pela sua significância econômica, pelas contribuições relacionadas, mereceria este trabalho.
Os pecuaristas têm muito que evoluir em termos comerciais, mas toda caminhada começa com o primeiro passo, com cobrança, com participação… e com os primeiros elos se conectando.
Julio Tatsch – Agropecuarista no RS e pres.do sind.rural de Caçapava do Sul.