O mercado futuro do boi seguiu recuando no pregão de ontem, em um dia de muitos negócios. No total, foram negociados 5.135 contratos no dia, um volume expressivo. O primeiro vencimento fechou abaixo do Esalq/BM&F, que está cotado R$ 63,15/@ (+R$ 0,05) à vista. Duas praças do MT registraram baixa no dia. Em Cuiabá e Cáceres, o boi é negociado a R$ 58,00/@ (-R$ 1,00 no dia) a prazo.
O mercado futuro do boi seguiu recuando no pregão de ontem, em um dia de muitos negócios, especialmente nos dois primeiros vencimentos que negociaram mais de 2.000 contratos cada. No total, foram negociados 5.135 no dia, um volume expressivo. Houve uma redução de 1.064 contratos em aberto no dia, sendo 325 stops de posição no primeiro vencimento e 688 no segundo.
O contrato para outubro/06 fechou em R$ 62,61/@ (-R$ 0,59), e acumula baixa de R$ 2,37 em relação ao maior valor no ano, atingido em 02/10. Este vencimento chegou a fechar abaixo do físico em R$ 0,54. Com o mercado físico firme, os contratos futuros ficaram bastante valorizados, e vêm recuando nos últimos pregões do boi gordo.
Gráfico 1. Esalq/BM&F a vista x outubro/06
Tabela 1. Ajuste do pregão em 16/10/06
Tabela 2. Praças com variação no dia
Gráfico 2. Esalq/BM&F x equivalente físico do boi no atacado
Otavio Negrelli, Equipe BeefPoint
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Caro Otavio
Vou começar com o ditado de outro amigo: “Pecuarista lê jornal (olha a bolsa), mas NÃO vende na bolsa”.
Baseado nesta máxima, os grupos que tiverem interesse em “transmitir” aos pecuaristas uma sensação de baixa futura, tem sua atuação facilitada.
Traduzindo em números, o Brasil abate aproximadamente 41 milhões de bovinos por ano, logo em torno de 170 mil bov./dia util ( 41 milhões/240 dias úteis).
O total de contratos de boi gordo abertos na BM&F eram 28.098 (16.out), sendo cada contrato de 20 bovinos, temos 561.960 bovinos.
Ou seja a bolsa representa pouco mais de 3 dias de abate brasileiro, ou 1,4% do abate total. Que tal, UM % balizar o preço de 100% (mercado físico).
Basta o (s) interessados terem poder econômico para impor sua vontade, ou fazerem negócios cruzados, no nível da bolsa, repassando aos pecuaristas leitores a mensagem que desejarem, tornando a “profecia auto-realizável”.
Não é por menos que o mercado da soja se concentra em Chicago, lá com o volume transacionado, a interferência é teoricamente impossível.
O mercado do boi na bolsa é pequeno quando comparado ao mercado físico, portanto é um balizador temerário.
Hoje a bolsa fechou no limite de baixa. Quem se atreveria a vender contratos de boi a R$2,54/@ abaixo do Esalq (R$ 63,07 – R$ 60,53)? Faltando seis dias para iniciar a cálculo da média para liqüidação dos contratos (cinco últimos dias úteis do mês, 25 a 31.out). Sem catástrofe que se saiba até o momento, e com uma falta generalizada de bois gordos para abater. Com um rebanho sabidamente reduzido, pelos anos de matança de matrizes, dada a descapitalização do setor.
Por vezes nos achamos bem informados, mas devemos basear nossas decisões cruzando diferentes informações e dados, para ver se são compatíveis, verificando a origem das informações e eventuais interesses.
Julio Tatsch – Agropecuarista no RS e pres.do sind.rural de Caçapava do Sul-RS.
Caro Júlio,
Parabéns pelas observações. Você tem toda razão quando observa que a liqüidez dos contratos futuros de boi gordo na BM&F é, ainda, muito reduzida relativamente ao mercado físico. Este fato permite que grandes “players” manipulem o mercado com certa facilidade. Também acredito que foi isso que aconteceu ontem, 17/10/06. Mais alguns dias e iremos saber se estamos certos ou errados.
Saudações
João Bismarck
Caro Julio
Parabéns por sua análise clara e contundente.
Seria bom que os meios de comunicação fizessem algo parecido ao invés de papagaiar notícias inventadas para interferir no mercado.
Afinal pecuarista pode ser tudo menos burro.
Um abraço
Eduardo Miori