O objetivo foi apresentar as possibilidades criadas pelos mercados futuros de commodities agrícolas para a realização de investimentos financeiros. Miceli, da BM&F, mostrou como as operações de compra e venda podem ser rentáveis e vantajosas para integrar uma carteira de investimentos.
Grupos de Estágio da Esalq (Junior Consultoria e Junior Economia) e a Magliano S.A. Corretora de Câmbio e Valores Mobiliários da Esalq organizaram ontem uma palestra no Campus da Esalq/USP em Piracicaba/SP, cujo tema foi Desmistificar Operações de Investimentos para o Produtor Rural. A abordagem foi apresentada pelo chefe do departamento de Mercados Agrícolas da BM&F Wilson Motta Miceli. Além disso, a apresentação teve a presença e os comentários do Diretor de Mercados Agrícolas da BM&F, Félix Schouchana.
O objetivo foi apresentar as possibilidades criadas pelos mercados futuros de commodities agrícolas para a realização de investimentos financeiros. Miceli mostrou como as operações de compra e venda na BM&F podem ser rentáveis e vantajosas para integrar uma carteira de investimentos. Ainda, como essas alternativas são vantajosas não só para o investidor financeiro, mas para o produtor.
O principal benefício da utilização dessa ferramenta como investimento (e não como hedge) para o produtor, além da rentabilidade, é a diversificação dos seus investimentos na redução do risco do seu negócio. Foram mostradas algumas alternativas para realização de lucros com essas operações na bolsa, com as respectivas rentabilidades e volatilidades, que são indicadores de risco.
Além disso, Miceli mostrou a importância de se analisar a correlação de preços entre as commodities que irão compor a carteira de investimento. Com objetivo de minimizar o risco com a diversificação, o ideal é que exista o mínimo de correlação entre essas commodities. No exemplo citado, uma carteira pode ter contratos de boi e de café, que têm correlação negativa entre eles. Em síntese, correlação é um coeficiente estatístico que mede a relação de variação entre duas variáveis.
Isso significa que, se uma das commodities entrar em período de crise, existe risco reduzido de a outra acompanhar essa tendência. Micelli calculou que, em uma determinada série histórica, o boi teve uma correlação próxima de -1 com o café, por isso foi interessante colocar os dois contratos na carteira naquela simulação.
Schouchana desenvolveu assuntos que levam em consideração a importância da bolsa na regulação dos mercados. De acordo com ele, nas relações comerciais, a operação de compra e venda é a mais delicada. “O comprador quer ter a certeza de receber o produto na quantidade e qualidade especificadas e o vendedor de receber o pagamento corretamente”, afirmou. Daí a importância da bolsa como agente intermediador, e que reúne as garantias necessárias de ambas as partes para a realização da transação com a máxima transparência e segurança.
Micelli apresentou uma simulação de compra e engorda de bovinos como alternativa de investimento de renda fixa. Schouchana aproveitou a oportunidade, e explicou que, de acordo com sua experiência pessoal, são poucos os produtores rurais que entram no negócio conhecendo a rentabilidade que irão realizar ao fim do investimento. “O produtor é chegado ao risco”, brincou.
Um dos assuntos que foi debatido durante a apresentação, tema suscitado por um produtor que assistia a palestra, é o risco de os investimentos financeiros de fundos de investidores criarem uma situação irreal no mercado, distorcendo as relações de oferta e demanda. Schouchana explicou que esses agentes são muito importantes para garantir ao mercado a liqüidez necessária para sua operação. Tranquilizando sobre este risco, explicou que, estatisticamente, os investimentos deste tipo de participante nunca passam de 40% em determinada operação; os investidores nunca são unânimes nas operações de compra e venda em um mercado; e existem estudos que mostram que os fundos de investimentos ainda não são capazes de alterar as relações de oferta e demanda.
Equipe BeefPoint
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Em “Dicas de sucesso ” teci um comentário que vem de encontro a este artigo. O maior problema é termos uma orientação simples , constante , supervisionada transparente, barata , profissional , que nos dê resultados compreensíveis, tratando-se de uma área que historicamente é reservada a Bancos, investidores experientes, BM&F, Corretoras, Operações futuras, enfim , uma seara ainda que mais atemoriza a classe produtora, do que estimula a um investimento que ainda parece uma aventura de muito risco. Pelo menos entendo assim, mas gostaria de aprender a desmistificar a matéria. Se alguém puder ajudar, avise por favor.