Os preços dos contratos futuros de boi gordo fecharam ontem (7) na BM&F R$62,02 (variação de 2.6% com relação ao fechamento do dia anterior, de R$60,46) para o vencimento em outubro; R$ 63,00 para novembro e R$ 62,88 para dezembro, seguindo a tendência de alta observada nas duas últimas semanas.
Preços dos contratos futuros do boi gordo na BM&F
Evolução dos preços de boi gordo no mercado físico
Indicador ESALQ/BM&F
Comparação dos preços de boi gordo no mercado físico (R$)
O mesmo pode ser observado comparando os meses de maio de 2005 e de 2004. Em Araçatuba a redução chegou a 8,33%; 8,7% no Triângulo MG; 14,04% em Campo Grande; 7,69% em Cuiabá e 7,27% em Goiânia.
Com relação a maio deste ano, os preços atuais (06/out) subiram 3,64% em Araçatuba, 4,76% no Triângulo Mineiro, 10,20% Em Campo Grande, 8,33% em Cuiabá e não obtiveram variação em Goiânia.
A tendência de alta para o mercado físico deve permanecer nos próximos dias, segundo analistas de mercado ouvidos pelo BeefPoint. No entanto, as opiniões quanto ao aumento dos preços futuros divergem.
Segundo Rodrigo Brolo, da Intercap, o mercado está com expectativa de alta e partir da próxima semana o preço do mercado físico deve atingir R$ 60,00. A grande dúvida, segundo ele, é “se o preço vai passar disso ou se vai começar a aparecer algum boi a R$ 60,00”. Ele acredita que “o objetivo macro seria R$ 65,00, que foi o último preço máximo do final do ano passado”.
Brolo diz que “os frigoríficos sobem o preço em praticamente R$ 1,00 por dia e não encontram pecuarista pra vender boi. Ninguém sabe até onde vai parar o preço”. Para ele, a expectativa do mercado é de que o vencimento outubro deve passar de R$ 60,00, mas ressalva: “a maioria acredita que o mercado físico deve chegar, no máximo, a R$ 65,00 até o final do ano”.
Mirlaine Mello, da Agora Sênior, também acredita que o mercado está forte e que, se por um lado os frigoríficos estão muito preocupados com os contratos de exportação, por outro lado os pecuaristas não querem vender boi porque acreditam que os preços vão subir, o que deixa o mercado bastante firme.
Para Mello, o preço futuro deverá ter uma correção, pois está subindo muito nos últimos dias. Acredita que o preço futuro deve passar a crescer a taxas menores que o físico porque “não tem sentido R$ 6,00 de diferença entre físico e futuro num vencimento tão próximo (10% de diferença para cobrir em menos de um mês)”.
Mirlaine acredita que muita coisa ainda pode acontecer nos próximos dias com relação a quem vai ceder – tem frigorífico parando, mas tem um pouco de boi começando a aparecer. Além disso, argumenta que a taxa de retorno para confinar boi há poucos dias era negativa, mas por a arroba do boi ter subido tanto nos últimos 4 dias pode ser que a relação comece a compensar, podendo influenciar na perspectiva para o preço de dezembro.
Segundo Mello, o aumento dos preços futuros se deve a duas coisas: demanda firme e retração da oferta. O aumento dos preços pegou alguns frigoríficos despreparados – o preço da arroba caindo muito, muita oferta de boi gordo – fazendo com que travassem contratos de exportação, super-estimando a demanda.
Fonte: Equipe BeefPoint