O primeiro semestre registrou retração acentuada do movimento na BM&FBovespa. Em volume, o número de transações foi de 952,3 mil, mais próximo do desempenho de dois anos atrás do que do da primeira metade de 2008, quando as quebras de recordes, em volume de negócios realizados e na movimentação financeira, foram recorrentes. As transações movimentaram R$ 23,4 bilhões, ou R$ 17,7 bilhões a menos que nos primeiros seis meses de 2008.
O primeiro semestre registrou retração acentuada do movimento na BM&FBovespa. Em volume, o número de transações foi de 952,3 mil, mais próximo do desempenho de dois anos atrás do que do da primeira metade de 2008, quando as quebras de recordes, em volume de negócios realizados e na movimentação financeira, foram recorrentes. As transações movimentaram R$ 23,4 bilhões, ou R$ 17,7 bilhões a menos que nos primeiros seis meses de 2008.
Muito desse declínio pode ser posto na conta do desempenho dos contratos futuros de boi gordo. Temeroso com a demanda por carne bovina, tanto interna quanto externa, o papel teve menos procura que a que ele se habituou a ter ao longo de 2008 – em junho, o número de negócios foi menor que o registrado com os contratos de café. Na soma dos contratos futuros e opções, foram 418,2 mil papéis negociados no semestre, volume 47,7% menor que a registrada no mesmo período de 2008, segundo relatório da bolsa.
O receio com o andor da demanda por carne bovina continua a permear os negócios com boi gordo no mercado futuro. O mês de julho começou sem negociação de papéis de boi gordo com vencimento em 2010, o que pode ser visto como mais uma evidência dos problemas do segmento.
Ainda que sejam contratos de menor relevância no total dos negócios com produtos agrícolas na BM&FBovespa, açúcar e etanol também deram feição ao declínio dos negócios na bolsa brasileira nos primeiros seis meses de 2009. Pelo contrato de etanol não houve procura porque, com a baixa do preço do petróleo no mercado internacional, depois dos picos atingidos em 2008, a demanda externa pelo biocombustível minguou – sem exportações, dizem analistas, não há razão eloquente para a negociação de etanol no mercado futuro.
Na bolsa brasileira, a atuação dos especuladores é menos decisiva para o direcionamento de preços e volumes que a de seus pares na bolsa de Chicago, referência internacional para a formação de preços agrícolas. Os especuladores afastaram-se dos negócios no primeiro semestre, mas foi a retração dos próprios agentes da cadeia produtiva – indústrias e produtores – que determinou a queda dos volumes, segundo Eduardo Tang, analista da Terra Futuros.
“No segundo semestre, a perspectiva, ao menos nos grãos, é de melhora. Essa percepção de que o pior da crise já passou deve animar os investidores”, afirma ele. “Muitos participantes estão voltando aos negócios”.
A matéria é de Patrick Cruz, publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.