O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não prevê novo aporte de recursos para a JBS nesta segunda emissão de debêntures avaliada em R$ 4 bilhões. A direção do banco de fomento ainda está analisando se vai fazer a migração dos cerca de R$ 3,5 bilhões de debêntures permutáveis por ações da JBS USA, que tem em carteira, para títulos conversíveis em ações da JBS SA.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não prevê novo aporte de recursos para a JBS nesta segunda emissão de debêntures avaliada em R$ 4 bilhões. A direção do banco de fomento ainda está analisando se vai fazer a migração dos cerca de R$ 3,5 bilhões de debêntures permutáveis por ações da JBS USA, que tem em carteira, para títulos conversíveis em ações da JBS SA.
No domingo à noite (26), a JBS informou que negocia com a BNDESPar, o braço de participações do banco, uma segunda emissão de debêntures conversíveis em ações, no valor de R$ 4 bilhões. Essa nova emissão substitui a dívida antiga, de R$ 3,5 bilhões, e seus termos desobrigam a JBS de abrir o capital de sua subsidiária nos Estados Unidos ainda em 2011, como estava previsto na primeira operação de debêntures com o banco de fomento. Como reflexo desse aumento de capital futuro, que vai gerar diluição para os atuais acionistas, os papéis da JBS lideraram as perdas ontem na bolsa, recuando 3,7%, para R$ 7,29.
Na primeira emissão de debêntures – de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 3,5 bilhões) -, fechada no fim do ano passado, o BNDES subscreveu 100% dos papéis. Se houver a migração das debêntures pelo BNDES, essas serão convertidas em ações da JBS SA. Na operação anterior, as debêntures seriam transformadas em ações da JBS USA. A participação da BNDESPar nessa segunda emissão de debêntures vai levar a um aumento da participação da empresa no capital total da JBS Brasil, atualmente de 20,62%, considerando a fatia detida direta e indiretamente (por meio de um fundo). Mas o banco não quer se pronunciar sobre a questão, porque ainda não tem posição final sobre a migração.
Analistas estimam que a fatia poderia chegar a 26% no prazo de cinco anos. O raciocínio é o seguinte: o valor de conversão é de R$ 9,50 por ação, mas deve ser ajustado pelos juros de 8,5% ao ano num prazo de cinco anos e também pelos dividendos pagos. Ao fim do período, os R$ 4 bilhões, ao serem convertidos, seriam equivalentes a uma participação de 5% do capital total. Com isso, se o BNDES migrar todas as debêntures, sua participação ficaria perto de 26%.
Com o aumento de participação da BNDESPar no capital da JBS, a fatia do controlador, hoje em 54,5%, vai cair para cerca de 49,5%. Uma recompra de ações para manter o controle ou um acordo com outro acionista não estão fora de cogitação, disseram analistas. O BNDES informa que não sabe quem vai subscrever a diferença de R$ 500 milhões entre as duas emissões de debêntures.
Na primeira operação, o acordo entre JBS e BNDESPar previa pagamento de uma multa de 15% sobre o valor da emissão caso a oferta pública de ações da JBS USA não ocorresse até 31 de dezembro deste ano. Por conta disso, a JBS pagou R$ 521,9 milhões ao BNDES.
No domingo, a JBS informou que a nova emissão permitirá a “otimização da estrutura financeira e fiscal da companhia”, equilibrando dívida e receita. A empresa não desistiu de abrir o capital de sua subsidiária nos EUA, mas não quer ter a obrigação de fazê-lo em 2011, já que as condições do mercado ainda não são totalmente favoráveis.
Na primeira emissão de debêntures da JBS, os papéis eram permutáveis em ações da JBS USA. Essa nova operação trata simplesmente da troca ou migração de um papel permutável por um papel conversível em ações. A diferença entre ação permutável e conversível é que a debênture permutável é um papel emitido pela JBS SA para ser trocado por uma ação da JBS USA. Já a ação conversível é um papel da JBS SA a ser convertido por uma ação da mesma empresa.
A matéria é de Vera Saavedra Durão e Alda do Amaral Rocha, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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Tanto dinheiro para 1 só empresa… jajá mais um frigorifico pede Recuperação Judicial… dinheiro muito mal distribuido…
Colaram a etiqueta da “privatização” no Governo Fernando Henrique para desconstruir a sua credibilidade. O castigo veio a cavalo, digo, a boi: O OLIGOPÓLIO INCENTIVADO. Enquanto a privatização, ao menos, se submetia a um controle de legalidade (vez que de licitação se tratava), o Oligopólio Incentivado convertido na sopa de letras JBNDES é um instrumento autoritário, arbitrário, não democrático e se constitui na escandalosa etiqueta com a qual o atual governo entra para a história mal contada. Tropicalizamos o modelo russo aplicado após a desmontagem da máquina soviética e ascenção dos czares do Oligopólio. Os Princípes do Oligopólio Incentivado, no Brasil, concentram os créditos enquanto os débitos são democratizados para toda a sociedade. Conversei sobre esta distopia com o Cientista Político Bolivar Lamonier http://www.adequacao.com.br/blog/2010/12/o-governo-escolheu-a-sua-empresa-para-vencer-ou-ser-vencido/
Parabéns pelo comentário muito pertinente por parte do Sr Nacir Sales,veio a calhar pois estamos assistindo a um caso descabido e ” IMORAL “por parte do JBNDES,e não se esquecendo que temos outro escolhido “MAFRIGDES “.
Pergunto porque só os dois porque? “NESSE COVIL DOS PIRATAS PIRADOS ” TEM MUITAS PERGUNTAS E POUQUÍSSIMA OU QUASE RESPOSTA NENHUMA”.
Peçamos a todos os SANTOS de plantão que nada mas nada mesmo venha acontecer a estas empresas que estão carregadas de financiamentos muito além da sua capacidade de pagamentos.
Todos nós corremos esse risco e esperamos que o GOVERNO fiscalize assiduamente em prol de todos.