O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) prepara uma nova investida em sua estratégia de participação no capital de frigoríficos brasileiros. Terça-feira, o frigorífico Marfrig informou que o banco se comprometeu a subscrever integralmente uma operação de emissão de debêntures de R$ 2,5 bilhões da empresa.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) prepara uma nova investida em sua estratégia de participação no capital de frigoríficos brasileiros. Terça-feira, o frigorífico Marfrig informou que o banco se comprometeu a subscrever integralmente uma operação de emissão de debêntures de R$ 2,5 bilhões da empresa.
Os recursos serão usados para financiar a compra do grupo americano Keystone Foods LLC e da O’Kane Poultry, produtora de carne de aves na Irlanda do Norte. A subscrição deve ser feita por meio da BNDESPar, empresa de participações do banco estatal.
A direção do banco confirmou, por meio da assessoria de imprensa, a disposição de adquirir 100% da oferta caso o mercado não subscreva os papéis. Foi o que ocorreu em fevereiro, quando o JBS Friboi concluiu a oferta de debêntures para viabilizar a compra da americana Pilgrim’s Pride. Diante da ausência de investidores privados, o BNDES cumpriu a garantia dada meses antes e participou com R$ 3,476 bilhões na aquisição de 99,92% das debêntures lançadas.
A data do lançamento das debêntures ainda não foi definida, mas o prazo para a sua conversão em ações deve chegar a cinco anos. Extraoficialmente, uma fonte do BNDES disse que o banco pretende contribuir para elevar três grupos frigoríficos nacionais ao topo do ranking mundial, ficando entre as sete ou oito maiores companhias. Além de JBS e Marfrig, a terceira aposta é a Brasil Foods, resultado da fusão entre Sadia e Perdigão.
O movimento do BNDES é avaliado como contraditório pelo presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar. “Recentemente, o frigorífico Frialto se dirigiu ao banco com pedido de recuperação judicial e a informação que obteve é de que os recursos para o setor estavam esgotados.”
Ele alega que a entidade não é contrária ao apoio dado ao Marfrig, mas defende um maior apoio do banco aos pequenos e médios do setor. “Se o BNDES pode apoiar o grupo Marfrig, por que também não pode apoiar outros que apresentam garantias reais?”, questiona.
O banco divulga que tem interesse em transformar abatedouros em grandes indústrias globais. No grupo JBS, que recentemente incorporou o Bertin, o banco de fomento detém 20% de participação acionária; no Marfrig a parcela é de 13,89%.
De acordo com uma fonte ligada à operação, o BNDES considera a possibilidade de converter as debêntures em ações ao fim do prazo como um bom negócio, já que aposta na valorização do ativo. “É uma boa oportunidade de compra para a BNDESPar”, diz a fonte, que lembra que esse tipo de operação é feito com recursos captados pelo banco no mercado, não com os aportes do Tesouro e nem com dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que compõem a maior parcela de seu funding.
A ideia no BNDES é que essas empresas só podem ser robustas quando concluírem o processo de internacionalização. Mas os técnicos do banco admitem que o fato de o mercado não acompanhar essas operações deve-se ao risco embutido nas subscrições. “O BNDES assume esse risco”, diz uma fonte, citando outros setores, como petroquímica e papel e celulose, que figuram entre as prioridades do banco.
A corretora XP Investimentos avalia que o governo está aumentando sua participação no setor de alimentos porque essa indústria é estratégica para o País, uma vez que influencia diversos setores da economia e é um dos que mais emprega.
A matéria é de Irany Tereza e Glauber Gonçalves, publicada no jornal O Estado de S. Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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até quando o governo vai continuar a enfiar dinheiro nesses frigorificos,a dívidas deles é impagavel sta havendo uma privatizaçao do setor é uma vergonha
Sonhando,
que se houvesse apenas 1% destes investimentos gastos na CONSOLIDAÇÃO da internacionalização destas empresas fossem empregados no investimento e custeio de diversas cooperativas agroindustrias de produtos de origem animal (incluindo silvestres) e vegetal pelo Brasil, apenas imaginemos !!!!!!
Toda vez que essas empresas precisam de recursos “nossos” ou seja do BNDS, criam fatos novos, ou seja, faz uma aquisição de uma empresa, onde compram por X, porém, entra novamente como financiador o nosso BNDS, ou deles ” JBS e MAFRIG, e aportam valores bem superiores ao da aquisição, porém, como sempre se vê, a compra das outras empresas são em sua maioria em assunção de dividas e oferta de ações das proprias empresas, sendo que na realidade o fato novo e levantar capital de giro, assim, percebe que negocio é ficticio, assim, o que existe é um aporte financeiro disfarçado, e em consequencia quebrando os demais frigorificos e colocando toda cadeia da carne debaixo do “casco”.
Como é bom ter como parceiros eu seus negócios o presidente da república e o filho deste, a nação paga todas as aventuras idealizadas.