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BNDES dobra peso nos financiamentos

Uma simulação feita pelo Centro de Estudos de Mercado de Capitais (Cemec) mostra que o BNDES aumentou a sua participação de 9,4% para 22,5% no total dos financiamentos dos investimentos feitos por famílias e empresas fechadas e com ações em bolsa, entre 2005 e 2010.

Uma simulação feita pelo Centro de Estudos de Mercado de Capitais (Cemec) mostra que o BNDES aumentou a sua participação de 9,4% para 22,5% no total dos financiamentos dos investimentos feitos por famílias e empresas fechadas e com ações em bolsa, entre 2005 e 2010.

O peso do BNDES nos financiamentos aumentou, sobretudo, em 2009 e 2010. Nos dois últimos anos, a instituição financiou grandes grupos empresariais, como os frigoríficos JBS e Marfrig, para expandir suas operações no Brasil e no exterior. Até 2008, o percentual do BNDES variava entre 9% e 13%. Em 2009 e 2010, a fatia quase dobrou, para um patamar superior a 22%.

O mercado de capitais (que inclui a emissão de ações e de dívidas pelas empresas), por sua vez, teve um aumento mais modesto na participação no padrão dos financiamentos dos investimentos: passou de 9,1% em 2005 para 13% em 2010. Segundo Carlos Antonio Rocca, diretor do Cemec, os dados que serviram de base para o estudo excluem a captação da Petrobras feita no início em 2010 e também as operações de financiamentos feitas por bancos. “O estudo não deve ser visto como uma estimativa, mas como um exercício para apontar as necessidades do mercado”, diz Rocca.

O estudo foi apresentado a executivos e pessoas ligadas ao governo nesta semana. O Cemec é composto pelas instituições de mercado Anbima, Cetip e BM&FBovespa e pelos centros acadêmicos Ibmec e Fipecafi.

As necessidades, de acordo com Rocca, levam em consideração que para o Brasil crescer entre 4,5% e 5% ao ano até 2015 o mercado de capitais terá que dobrar a sua participação no total dos financiamentos. Ou seja, segundo a simulação, essa fonte de recursos terá que elevar o volume de financiamentos de R$ 75 bilhões para mais de R$ 170 bilhões por ano. Ainda que seja uma simulação, o estudo demonstra, assim, que o BNDES terá que reduzir seu percentual e ceder espaço para o mercado de capitais.

“No contexto atual, pode ser administrável, mas é insustentável no longo prazo que o BNDES utilize os recursos públicos a taxas de juros subsidiados”, diz Rocca. “O governo já tem dito que vai mudar a atuação.” Bernard Appy, diretor de estratégia e planejamento da BM&FBovespa, chamou atenção para o fato de a Cemec ter desconsiderado na metodologia do estudo a participação dos bancos. Mas concordou que o crescimento do país depende da expansão do mercado de capitais.

A reportagem é do jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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