As perspectivas para a indústria pecuária e de carne bovina do Uruguai deverão continuar melhorando em 2004, de acordo com o Serviço Agrícola Estrangeiro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (FAS/USDA).
O rebanho bovino uruguaio possivelmente continuará a ser reconstruído no próximo ano, com a criação de bezerros maior que a taxa de abates (mais as perdas) devido à melhora das práticas de manejo nos rebanhos (incluindo desmame precoce) e condições de pastagens. Mudanças no sentido de expandir a produção de carne bovina oriunda de animais alimentados com grãos também estão entre as possibilidades, em um cenário de preços menores dos grãos.
O aumento da produção e o declínio do consumo doméstico, devido ao reduzido poder de compra na atual recessão, deverão liberar a oferta para os mercados de exportação. A desvalorização do peso uruguaio em junho de 2002 e a ausência de febre aftosa no país desde agosto de 2001 poderão auxiliar o país em seu esforço para construir um forte setor exportador de carne bovina. As vendas externas de carne bovina uruguaia durante 2004 deverão aumentar 5%, para 330 mil toneladas, devido ao fortalecimento da demanda nos mercados de exportação, particularmente nos Estados Unidos.
EUA manterão compras
Os importadores de carne dos EUA asseguraram a representantes do Uruguai que continuarão comprando produtos uruguaios em 2004, apesar de a preços pouco mais baixos que os atuais, segundo fontes de uma delegação uruguaia que participou de reunião para avaliar as possibilidades presentes e futuras no mercado estadunidense.
A conjuntura atual não poderia ser melhor para o Uruguai: queda da oferta do Canadá, motivada pelo surgimento de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) no país; diminuição da oferta de Austrália e Nova Zelândia, países afetados pela seca; e recomposição do rebanho dos EUA. Esta multiplicidade de fatores afetou a oferta de carne ao mercado estadunidense, e isso se traduziu em preços muito superiores aos normalmente registrados.
Os importadores dos EUA disseram que, no ano que vem, pretendem manter a demanda por carne uruguaia, apesar de preverem baixa dos preços, porque os fatores que atualmente têm desequilibrado o mercado deverão reacomodar-se. No entanto, os bons preços serão conservados e a demanda ao Uruguai será mantida.
Além disso, o Uruguai se manterá, em 2004, com poucos competidores, porque Argentina e Brasil não estão incluídos, nem Austrália e Nova Zelândia, que precisarão reconstruir seus rebanhos. Os importadores dos EUA projetam uma mudança substancial do cenário para 2005, com piora das condições de demanda e preços para o Uruguai.
Fonte: Meat and Livestock Australia (MLA) e Ultimasnoticias.com.uy, adaptado por Equipe BeefPoint