O mercado do boi gordo segue firme e pode haver nova reação nesta semana, já a partir de hoje, com mais R$ 1,00 na arroba. A mudança deve ser reflexo de uma semana mais curta, por causa do feriado da última quinta-feira (19) e falhas nas escalas de abate das indústrias.
Os frigoríficos ganharam um dia na escala, mas também perderam um dia de compra (na sexta-feira) e devem voltar com uma semana de abates bastante ajustados, precisando de animais para cumprir contratos já fechados.
A indústria segurou tudo que era possível e há probabilidade de que tenha que aumentar o preço pela arroba para atender seus compromissos. A oferta de boi está bastante reduzida o que colabora ainda mais para reforçar a expectativa de reação.
O analista da Scot Consultoria, Fabiano Tito Rosa, acredita na valorização da arroba do boi no curto prazo. Segundo ele, não há risco de o preço cair. Para os bezerros, depois de queda normal para o período, os preços devem manter-se e a procura maior neste período é por animais de reposição, garrotes a partir de 18 meses e bois magros.
A arroba do boi no Paraná voltou a ser negociada a R$ 53,00 e o mercado continua bem firme segundo o analista. Tem indústria, segundo ele, ”precisando de bois para amanhã” e só está comprando para cumprir contratos, reduzindo ao máximo os abates para não ter que subir o preço, mas como a maioria do gado já foi negociada e os pastos ainda estão agüentando a carga para animais que ainda não foram vendidos, os frigoríficos talvez tenham que pagar um pouco mais pela arroba no curto prazo.
No caso das indústrias há frigoríficos no Mato Grosso do Sul até comprando carne de outros para revender, mas isso não deve durar muito tempo. O atacado também trabalha firme em função da pouca oferta de carne no mercado. No varejo não há reação significante porque não houve alteração no consumo.
Para os confinamentos, se o pecuarista mantiver um bom gerenciamento, de olho no mercado e nos insumos a usar no sistema de produção, o rendimento está bem favorável este ano.
A Scot simulou um custo médio para confinamentos, em São Paulo, e chegou a um custo de produção de R$ 57,50 a arroba. Considerando as projeções da arroba para outubro, pico de preços, em R$ 63,00 e até R$ 65,00, quem souber gerenciar o confinamento terá boa lucratividade.
É bom ficar claro, alertou Rosa, que no Paraná, em função de relação de trocas, por exemplo, o custo e a lucratividade do confinamento são bem diferentes.
A relação de troca no Paraná é menos favorável do que em São Paulo. Os animais de reposição, que significam de 65% a 70% dos custos de um confinamento, têm uma relação de troca pior. Mesmo assim, quem confinar e montar estratégias de tirar os animais na hora certa, deve trabalhar no azul, garantiu Rosa.
A relação de troca pelo boi magro, maior interesse da época, está em 1,33 no Paraná e 1,38 em São Paulo. O garrote, de 18 meses, tem relação de troca de 1,54 no Paraná e 1,66 em São Paulo. Essa relação melhorou um pouco, segundo Fabiano Rosa, em função da reação da arroba.
Fonte: Folha de Londrina/PR (por Cláudia Barberato), adaptado por Equipe BeefPoint