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Boi gordo em alta, oferta restrita força frigorífico elevar preços da arroba

O mercado do boi gordo teve mais uma semana de alta. Mesmo com o final das chuvas e chegada do frio em muitas regiões, a oferta segue enxuta e os negócios de animais para abate seguem com certa lentidão. Na semana, o indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista acumulou alta de 2,71%, sendo cotado a R$ 81,56/@. No mesmo período o indicador a prazo subiu 2,68%, ficando em R$ 82,46/@.

O mercado do boi gordo teve mais uma semana de alta. Mesmo com o final das chuvas e chegada do frio em muitas regiões, a oferta segue enxuta e os negócios de animais para abate seguem com certa lentidão. É fato que o volume de animais prontos para abate é menor do que em anos passados e agentes do mercado acreditam que os preços altos da reposição agravam ainda mais o problema, pois o pecuarista que tem animais terminados está receoso em vender os lotes ao frigorífico e não conseguir repor. Assim muita gente segura os animais mais um pouco e só vende quando tem um lote de bezerros em vista.

Na semana, o indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista acumulou alta de 2,71%, sendo cotado a R$ 81,56/@, nesta quarta-feira. No mesmo período o indicador a prazo subiu 2,68%, ficando em R$ 82,46/@.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio


Isso mesmo em 21 de maio, pico de entressafra, arroba do boi gordo em São Paulo está valendo mais de R$ 82,00/@, no mesmo período do ano passado o valor era de R$ 56,37/@ – valorização de 46,28%. E pelo jeito o mercado deve seguir firme nos próximos meses, já que a escalas dos frigoríficos seguem curtas e nada indica um aumento de oferta repentino no curto prazo. Para entender um pouco mais a situação atual do mercado leia: “O boi barato acabou“.

No mercado físico, os frigoríficos continuam com problemas para comprar animais para abate e cada vez precisam buscar lotes mais longe de suas plantas. Nesta semana, o feriado de quinta-feira manteve o ritmo lento dos negócios e só conseguiu comprar um volume maior de animais o frigorífico que pagou mais ou melhorou as condições de pagamento. Segundo agentes do mercado, a indústria tem aceitado negociar com facilidade e é cada vez mais frequente compradores utilizarem os valores estipulados para a arroba a prazo, porém com pagamento imediato, esta tem sido uma estratégia para conter altas maiores neste momento.

De acordo com as cotações levantadas pelo BeefPoint, na semana, ocorreram altas em 11 das 14 regiões pesquisadas (SP, MS, MT, GO, PR, MG, SC, PA, TO, RS e MA). Em São Paulo foram registradas alterações de até R$ 4,00 e os frigoríficos que abatem no estado reclamam constantemente da falta de animais, essas indústrias além de trabalharem com ociosidade estão se abastecendo com animais de estados vizinhos, principalmente MS e MG, onde a oferta parece ser um pouco melhor.

Na reposição a falta de oferta também vem sendo sendo sentida pelo mercado. Com muitos produtores procurando animais para reposição e poucos lotes sendo ofertados, em quase todo o território nacional os preços de todas as categorias sobem a cada dia e começam a preocupar invernistas e confinadores.

O indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista foi cotado a R$ 637,94/cabeça, alta de 3,63% na semana. Nos últimos 12 meses a valorização acumulada já chega a 51,71%, em 21 de maio de 2007 o bezerro do Mato Grosso do Sul, já batia recordes de preço sendo cotado a R$ 420,51/cabeça.

Mário Wolf Filho, de Nova Canaã do Norte/MT, informa que em um leilão na cidade de Colider/MT bezerros desmamados foram vendidos a R$ 600,00 e as fêmeas da mesma “era” saíram por R$ 520,00/cabeça.

Alex Batista Bezerra, leitor do BeefPoint, de Jaru/RO, comenta, “a falta de animais para reposição é grande, pois além dos invernistas locais, outros estados estão se abastecendo com animais daqui”.

A 6ª Feira do Terneiro, Terneira e Vaquilhona, que será realizada durante a 4ª Fenasul (Feira Nacional de Agronegócios do Sul), em Esteio/RS, deve superar o faturamento do ano passado, tanto em função do aumento da oferta, quanto pela previsão de preços médios mais altos, a expectativa é do presidente da Comissão de Exposições, Feiras e Remates da Farsul, Francisco Schardong. “É um momento bom. O produtor fez uma boa colheita de soja e de arroz e quer repovoar os campos”, afirmou Schardong.

Com o bezerro tendo valorização maior do que o indicador de boi gordo a relação de troca recuou ficando em 1:2,11.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista x relação de troca


Porém ao analisar a margem bruta na reposição temos que hoje a reposição é mais interessante do que na semana passada, quando a relação de troca era de 1:2,13. Isso porque hoje o saldo da operação venda de um boi gordo (16,5@) e compra de um bezerro para reposição (margem bruta) é de R$ 707,80, 1,89% superior ao valor do dia 14 de maio que era de R$ 694,68. A margem bruta na reposição é o montante que sobra para o pecuarista após ele vender um boi gordo de 16,5@ e comprar um bezerro para repor o rebanho. É este valor que será utilizado para pagamento de funcionários e contas, compra de insumos, investimentos e outros gastos.

Gráfico 2. Margem bruta na reposição


No mercado futuro, todos os vencimentos apresentaram variação positiva em relação à quarta-feira da semana passada. Para maio/08 – que fechou a R$ 82,31/@ no último pregão (21/05) – a valorização foi de R$ 0,76. Outubro/08 acumulou alta de R$ 1,84 na semana, fechando a R$ 94,13/@.

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&F e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 14/05/08 e 21/05/08


No mercado de carne bovina (atacado) segue a instabilidade e indefinição quanto a preços. Contudo, já são observados negócios acima dos atuais. Como já era esperado em função feriado as ofertas estão mais retraídas. Segundo o Boletim Intercarnes, as cotações do traseiro estão em R$ 5,60, do dianteiro em R$ 4,40 e da ponta de agulha em R$ 3,80. Assim o equivalente físico foi calculado em R$ 73,47/@. O spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente físico recuou para R$ 8,09/@.

Tabela 2. Cotações do atacado da carne bovina


De acordo com os dados preliminares do SIF (Serviço de Inspeção Federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) em abril os abates em frigoríficos inspecionados recuaram novamente, ficando em 1.650.155 de cabeças. Em relação ao volume abatido em março o recuo é de 4,50%. Se compararmos os valores do primeiro quadrimestre de 2007 e 2008 temos uma queda de 18,29%.

Gráfico 4. Abate de bovinos em estabelecimentos com Serviço de Inspeção Federal (SIF)

0 Comments

  1. Marcus Amorim Alves disse:

    As informações que toda a equipe do BeefPoint tem levado ao leitores, é uma grande prova que não estamos mais sozinhos no nosso agronegócio. Hoje podemos programar nossos negócios com mais segurança e conhecimento do que está acontecendo no mercado.

    Parabéns e grato pela assessoria.

  2. Marco Aurélio marinho Costa disse:

    Muito bom o artigo. Ele nos permite estar informado em tempo real sobre o mercado do boi.

    Continuem assim.