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5 de abril de 2011

Boi gordo: indicador recua e é cotado a R$ 106,10/@

Nesta sexta-feira, o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 104,42/@, com retração de R$ 0,26. O indicador a prazo registrou queda de R$ 0,14, sendo cotado a R$ 106,10/@.

Nesta sexta-feira, o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 104,42/@, com retração de R$ 0,26. O indicador a prazo registrou queda de R$ 0,14, sendo cotado a R$ 106,10/@.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&FBovespa, relação de troca, câmbio

O primeiro trimestre do ano chega ao fim com um saldo positivo para as commodities agrícolas negociadas na BM&FBovespa. Os quatro principais produtos – boi gordo, café, soja e milho – acumularam alta no período. Entres as commodities, o café foi o que teve o maior ganho de janeiro a março – de 32,91%. Em 12 meses, a valorização do café alcançou 117,20%, conforme cálculos do Valor Data.

Questões sazonais, no entanto, começam a pressionar para baixo os preços de alguns produtos na bolsa brasileira. A colheita da safra recorde de soja, que avança a cada dia no Brasil, já segura as cotações no mercado interno. “A queda, no entanto, é limitada pelos altos preços que ainda são observados na bolsa de Chicago”, afirma Steve Cachia, analista de grãos da Cerealpar. Segundo ele, mesmo com o dólar desfavorável para as exportações, são as cotações na bolsa americana que estão limitando quedas mais acentuadas no mercado doméstico. Na BM&FBovespa, a soja recuou 3,33% no mês, mas registra ganho de 0,97% no ano e de 42,49% em relação a março do ano passado.

No milho, a alta persistiu em março. No mês, o ganho foi de 5,55% e no ano, de 12,72%. Em 12 meses, a valorização chega a 52,19%. Os preços mantiveram-se firmes influenciados pelo mercado internacional, onde o milho vem registrando altas por conta dos estoques baixos e da maior demanda, principalmente por causa do etanol nos EUA. Além disso, a colheita de milho ainda é lenta no país.

Também sofrendo com alguns efeitos sazonais, porém, menos intensos, os preços do boi gordo ficaram praticamente estáveis em março. Apesar de a oferta de animais para abate ainda não estar “confortável” para os frigoríficos – um fator de alta -, a queda na demanda por carne bovina, comum no início do ano, fez com que o preço médio em março ficasse praticamente nos mesmos níveis do mês anterior. “Os custos maiores dos consumidores no início do ano fazem com que a demanda recue nesse período do ano”, afirma Marcelo Gumiero, analista da corretora Icap. A arroba do boi gordo encerrou março com preço médio de R$ 102,20 na BM&FBovespa. O valor é 0,13% menor que em fevereiro. No ano, o ganho é de 5,31% e em 12 meses, de 29,39%.

Tabela 2. Fechamento do mercado futuro em 01/04/11

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x contratos futuros para março/11

O leitor do BeefPoint, Nelson Jesus Saboia Ribas, de Maringá/PR, informou através do formulário de cotações do BeefPoint que na sua região o boi gordo está sendo cotado a R$ 100,00/@, com 30 dias de prazo, e a arroba da vaca gorda está valendo R$ 93,00.

Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.

Tabela 3. Atacado da carne bovina

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico

Na reposição, o indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 755,19/cabeça, com desvalorização de 1,73% na semana. A relação de troca está em 1:2,28.

No Rio Grande do Sul, com 92 exposições previstas entre o começo de abril e o final de junho, a temporada de venda de terneiros arranca com confiança de bons negócios. Estabilidade de abate e pagamento na indústria frigorífica, manutenção do consumo interno de carne bovina mesmo diante do salto de preço nas gôndolas e redirecionamento de investimentos da produção de grãos para pecuária são alguns fatores para a estimativa de preço médio entre R$ 3,50 e R$ 3,70 para o quilo vivo dos machos. As projeções representam alta de 15% e 24% na comparação com a média de R$ 2,99 de 2010, já considerada positiva. Nos primeiros negócios, em março, o valor bateu em R$ 4,05.

Outro forte impulsionador das cotações é a redução de oferta, causada pela estiagem que atingiu, nos últimos meses, importantes regiões produtoras de gado, como a Campanha. Com as vacas magras pela restrição de pastagem, os terneiros tomaram menos leite e serão desmamados com peso abaixo do determinado para participação em feiras oficiais onde há crédito subsidiado. O presidente do Sindicato dos Leiloeiros Rurais do RS (Sindiler), Jarbas Knorr, estima recuo de oferta de 15% em relação à temporada anterior, mesmo com a medida da área técnica da Secretaria da Agricultura, que reduziu o peso mínimo em 20 quilos em todas as categorias. “O cenário sinaliza excelente temporada.”

O presidente da Comissão de Exposições e Feiras da Farsul, Francisco Schardong, está entusiasmado com os preços bem melhores que os do ano passado e o crédito abundante, mas reforça a dificuldade em conseguir terneiros. Ele acredita que dificilmente a feira que ocorre na Fenasul, em Esteio/RS, manterá o volume de inscrições da edição passada, quando foram vendidos 1.284 animais. “Temos preço e crédito, dois fatores essenciais para uma boa temporada.”

Para o professor Júlio Barcellos, do Departamento de Zootecnia da Ufrgs, o grande motivador da alta de preços será a entrada de arrozeiros frustrados com a baixa do cereal e com interesse de ampliar área de terminação a partir de julho.

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista (R$/cabeça)x relação de troca (boi gordo de 16,5@ por bezerros)

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