Nas praças de São Paulo, a ponta compradora abriu a quarta-feira (15/2) ofertando mais pelo boi gordo “comum” (sem prêmio-exportação), informa a Scot Consultoria.
O preço da arroba subiu R$ 2/@ na comparação feita dia a dia, para R$ 287/@, enquanto a vaca e a novilha gordas seguem valendo R$ 261/@ e R$ 270/@, respectivamente (preços brutos e a prazo).
“Há ofertas em R$ 300/@ para o “boi China” no mercado paulista, mas com poucos negócios confirmados”, relata a Scot, acrescentando que, atualmente, o animal com padrão para chegar ao mercado chinês (abatido com até 30 meses) é vendido por R$ 295/@ (preço bruto e a prazo).
Segundo a S&P Global, a quarta-feira foi bastante movimentada nas praças pecuárias brasileiras, refletindo uma aparente melhora na liquidez sob influência de novas altas nas cotações da arroba bovina.
“As indústrias frigoríficas do País permanecem com as compras ativas para garantir os lotes que são ofertados”, reforça a S&P Global.
Ao longo da semana, continua a consultoria, o relato de encurtamento nas escalas de abate foi pautado pela oferta enxuta de animais terminados.
“Neste sentido, os frigoríficos elevaram as suas indicações de compra de modo a garantir algum avanço em suas programações de abate, que estavam represadas entre 4 e 6 dias”.
Assim como a Scot Consultoria, a S&P Global destaca os movimentos altistas observados no Estado de São Paulo. Nesta quarta-feira, pelos dados da consultoria, o preço da arroba do boi gordo paulista passou de R$ 291 para R$ 296.
“No referencial de preços brutos, é a primeira vez desde agosto de 2022 a arroba do boi paulista retoma ao patamar de R$ 300”, observa a S&P Global.
Na praça do Paraná, o preço do boi gordo também subiu, passando de R$ 271/@ para R$ 276/@.
No entanto, em contrapartida, neste momento, há grande pressão quantos os preços da fêmea gorda, devido ao aumento de oferta desta categoria.
A S&P Global Commodity Insight observa que há dois fatores que devem limitar avanços mais significativos nas cotações da arroba bovina no mercado físico.
O primeiro é justamente a atual oferta excessiva de vacas prontas para abate. “A inversão de ciclo pecuário (para a fase de baixa dos preços da arroba) estimula a desova de matrizes, pressionando as cotações da categoria, bem como impõe uma diferença importante em relação às cotações da arroba do macho”, reforça a S&P Global.
O segundo motivo que pode segurar um movimento mais forte da arroba é a grande dificuldade de escoamento da carne bovina ao mercado doméstico, o que contribui para a elevação dos estoques nas câmaras frias das indústrias.
Na avaliação da equipe de analistas da Agrifatto, que divulgou nesta quarta-feira o seu podcast “Agrifatto Cast”, não “existe milagre em tempos de ciclo de baixa da pecuária”, referindo-se ao movimento típico de maior de descarte de animais, sobretudo fêmeas.
Segundo a médica veterinária e pecuarista Lygia Pimentel, CEO da Agrifatto, os pecuaristas devem ficar atentos ao comportamento dos preços da arroba ao longo do ano, que seguem fortemente influenciados pelo desempenho das exportações de carne bovina à China, já que o mercado interno segue patinando (e pode não mostrar a recuperação desejada), frustrando especialistas que apostam nesta hipótese).
Tal dependência, diz ela, não deixa de ser um risco para os pecuaristas, pois qualquer problema envolvendo o comércio entre os dois países pode derrubar fortemente as cotações internas do boi gordo – repetindo o drama ocorrido em 2021, quando as vendas ao mercado chinês foram suspensas por um longo período devido às notícias de casos atípicos de “vaca louca” no Mato Grosso e Minas Gerais.
Diante desta possibilidade, continua Lygia, “o produtor precisa ficar estar ligado ao uso de ferramentas de proteção dos preços do boi gordo (hedge) oferecidas pela bolsa B3”.
Outro assunto destacado pela Agrifatto é a atual diferença entre o valor do boi gordo paulista e os preços da arroba nas demais importantes praças brasileiras.
Segundo a equipe de analistas da consultoria, no Mato Grosso, por exemplo, o boi “comum” chega a valer R$ 235/@, enquanto a vaca gorda é negociada por R$ 205/@, valores bem abaixo das cotações da arroba paulista (macho aneloado, sem prêmio-exportação em torno de R$ 280-90).
Cotações máximas de machos e fêmeas nesta quarta-feira, 15/2
(Fonte: S&P Global)
SP-Noroeste:
boi a R$ 296/@ (prazo)
vaca a R$ 261/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 266/@ (à vista)
vaca a R$ 251/@ (à vista)
MS-C.Grande:
boi a R$ 266/@ (prazo)
vaca a R$ 253/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 271/@ (prazo)
vaca a R$ 251/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 256/@ (prazo)
vaca a R$ 231/@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 256/@ (prazo)
vaca a R$ 231/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 245/@ (prazo)
vaca a R$ 234/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 246/@ (à vista)
vaca a R$ 234/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 241/@ (à vista)
vaca a R$ 231/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 271/@ (prazo)
vaca R$ 243/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 271/@ (prazo)
vaca a R$ 241/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 276/@ (à vista)
vaca a R$ 251/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 286/@ (prazo)
vaca a R$ 246/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 256/@ (prazo)
vaca a R$ 246/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 259/@ (à vista)
vaca a R$ 246/@ (à vista)
RS-Porto Alegre:
boi a R$ 270/@ (à vista)
vaca a R$ 240/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 270/@ (à vista)
vaca a R$ 240/@ (prazo)
PA-Marabá:
boi a R$ 233/@ (prazo)
vaca a R$ 224/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 224/@ (prazo)
vaca a R$ 214/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 247/@ (prazo)
vaca a R$ 240/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 227/@ (prazo)
vaca a R$ 212/@ (prazo)
TO-Gurupi:
boi a R$ 231/@ (à vista)
vaca a R$ 221/@ (à vista)
RO-Cacoal:
boi a R$ 231/@ (à vista)
vaca a R$ 212/@ (à vista)
RJ-Campos:
boi a R$ 261/@ (prazo)
vaca a R$ 251/@ (prazo)
MA-Açailândia:
boi a R$ 236/@ (à vista)
vaca a R$ 222/@ (à vista)
Fonte: Portal DBO.