Boi gordo: mercado firme e oferta enxuta

Nos últimos meses, os preços dos insumos da pecuária tem aumentado consecutivamente, o sal mineral é um deles. Com o aumento nos preços do fosfato, as empresas de nutrição animal precisaram repassar as altas ao produtor, que tem reclamado que esses custos estão diminuindo demais as margens de lucro.

Pensando nisso, a CNA discutiu ontem, em audiência pública na Câmara dos Deputados, os possíveis impactos do aumento do preço dos insumos nos setores de alimentação animal e de fertilizantes agrícolas.

Como solução para minimizar esse problema, o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, apresentou algumas ações que devem ser tomadas pelo governo. Entre as providências está a inclusão do fosfato bicálcico e do ácido fosfórico, utilizados na nutrição dos bovinos de corte e leite, na lista de exceções à Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, com alíquota zero, quando ambos forem importados de fora do bloco sul-americano. Os pecuaristas também querem o fim da cobrança de 9,25% do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição Financeira para a Seguridade Social (Cofins) sobre os suplementos minerais utilizados na alimentação do rebanho.

O mercado do boi gordo segue pouco ofertado em todo a país, e os preços se mantém firmes. O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 78,02/@, alta de R$ 0,15. O indicador a prazo teve valorização de R$ 0,22, sendo cotado a R$ 79,05/@. Em relação a semana passada, a alta é de 0,70% (R$ 0,55).

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio

Na BM&F, todos os vencimentos recuaram. Maio/08 fechou a R$ 79,16/@, queda de R$ 0,20, com 2.054 contratos negociados e 5.895 contratos em aberto. Os contratos que vencem em outubro/08 recuaram R$ 0,58, fechando a R$ 87,37/@.

Tabela 2. Fechamento do mercado futuro em 06/05/08

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x contratos futuros para maio/08

No mercado físico, a oferta continua enxuta e a maioria dos frigoríficos encontra dificuldade para adquirir animais para abate e alongar suas escalas, que estão entre 3 e 6 dias. Em São Paulo está cada vez mais difícil adquirir bons lotes de boi gordo e as grandes indústrias estão se abastecendo com animais de outros estados, como MS e MG. Na região de Ribeirão Preto, a arroba do boi gordo é negociada a R$ 78,00, com prazo de 30 dias e livre de impostos.

Tabela 3. Resumo das cotações do mercado físico do boi gordo em 06/05/2008

Acesse a tabela completa com as cotações de todas as praças levantadas na seção cotações.

No atacado da carne bovina os três cortes primários apresentaram valorização nesta terça-feira. O traseiro foi cotado a R$ 5,50, o dianteiro a R$ 4,40 e a ponta de agulha a R$ 3,80, as três cotações tiveram variação positiva de R$ 0,10. O equivalente físico foi calculado em R$ 72,75/@. Com esta valorização, o spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente físico recuou para R$ 5,27/@, valor abaixo da média dos últimos 12 meses, que é de R$ 6,53/@.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x equivalente físico

Na reposição, o indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista foi cotado a R$ 587,67/@, alta de R$ 4,67. A relação de troca recuou para 1:2,19.

Como está o mercado do boi gordo, vaca gorda e reposição de sua região, em relação a preços, oferta e demanda e número de negócios efetivados? Por favor utilize o box de “cartas do leitor”, abaixo.

André Camargo, Equipe BeefPoint