Mercado Físico do Boi – 04/07/07
4 de julho de 2007
Boi gordo: segue firme na maioria das praças
6 de julho de 2007

Boi gordo segue em alta, relação de troca mais alta que em 2006

O mercado do boi gordo continua em alta, com o indicador Esalq/BM&F cotado em R$ 60,77/@ a vista. O preço do bezerro também subiu, cotado em R$ 431,41/cabeça. A relação de troca continua se recuperando, com a alta mais forte do boi gordo nos últimos 30 dias. Hoje a relação de troca é de 1:2,32, há um ano era de 1:2,21. Esse é um forte indicativo de que o preço da reposição não subiu tanto quanto se comenta. Em relação ao boi gordo, o bezerro está mais barato que no início de julho/2006.

O mercado do boi gordo continua em alta, com o indicador Esalq/BM&F cotado em R$ 60,77/@ a vista. O preço do bezerro também subiu, cotado em R$ 431,41/cabeça (indicador Esalq/BM&F – MS). A relação de troca continua se recuperando, com a alta mais forte do boi gordo nos últimos 30 dias. Hoje a relação de troca é de 1:2,32, há um ano era de 1:2,21. Esse é um forte indicativo de que o preço da reposição não subiu tanto quanto se comenta. Em relação ao boi gordo, o bezerro está mais barato que no início de julho/2006.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio


Gráfico 1. Relações de troca médias em 2006 e 2007


O dólar continua caindo, com recuo de mais de 2% na semana, cotado em R$ 1,909. A arroba em dólares está cotada em US$ 31,83, mostrando que o boi gordo está entrando em um novo patamar de preços na moeda norte-americana. Para os próximos meses, espera-se uma valorização em dólares ainda maior, com possível recuo da cotação do US$ e aumento dos preços da arroba, sinalizados pela BM&F.

No atacado da carne bovina, os preços subiram fortemente essa semana. O traseiro se valorizou 4,35% na semana e o dianteiro 7,14%. A ponta de agulha permanece estável. Com isso o equivalente físico reagiu 4,78%, acima da valorização do boi gordo, diminuindo a diferença (spread) com o indicador Esalq/BM&F. Quanto menor o spread, maior a rentabilidade bruta do frigorífico.

Tabela 2. Cotações no atacado de carne bovina


Gráfico 2. preços do boi gordo (indicador) e carne bovina (equivalente físico)


As exportações de carne bovina in natura em junho foram 23% menores em valor que em maio/07, mês recorde. Em relação a junho/06, o recuo foi de apenas 3%. Comparando-se o acumulado de janeiro a junho de 2006 e 2007, o crescimento nesse ano é de 33% sobre 2006, que foi o melhor ano da exportação brasileira de carne bovina da história. O preço médio da carne exportada foi um pouco superior aos outros períodos, mas com valorização inferior a valorização da arroba de boi em dólares, o que deve diminuir a rentabilidade dos frigoríficos exportadores.

Tabela 3. Exportações de carne bovina in natura


Segundo dados divulgados pelo IBGE na semana passada, no primeiro trimestre de 2007, foram abatidos 7,9 milhões de cabeças de bovinos, aumento de 11,3% em relação ao mesmo período de 2006. Se comparado ao 4º trimestre do ano passado o crescimento no número total de bovinos abatidos foi de apenas 0,9%. O aumento do volume de animais abatidos se deve principalmente a um aumento no número de vacas abatidas no primeiro trimestre do ano. Interessante notar, no gráfico abaixo, que o percentual de fêmeas abatidas no primeiro trimestre de 2007 foi menor que no mesmo período de 2006 e 2005.

Gráfico 3. Porcentagem do abate de fêmeas em relação ao total abatido por trimestre


Acompanhe as cotações atualizadas diariamente, na seção cotações do BeefPoint.

No mercado futuro, a semana foi de queda de preços dos contratos, com muitos vendedores. A tendência é que os preços do boi gordo futuro caminhem para uma estabilidade. Com o aumento dos contratos de boi a termo, os frigoríficos começam a programar suas escalas para os meses da entressafra, criando um efeito semelhante ao alongamento de escalas. Com menor pressão por compra de matéria-prima, por ter contratos de boi a termo negociados, os frigoríficos terão mais força para barrar novas altas e tentar recuos de preços. Outubro, que é o principal mês de saída de confinamentos, é a época mais provável para impacto negativo do grande volume de boi a termo no mercado spot (preço do dia).

O BeefPoint tem recebido cada vez mais comentários de leitores, reportando os preços do gado gordo e de reposição em suas regiões. Assim conseguimos melhorar a qualidade das informações publicadas. Envie também suas informações de mercado, além de críticas e comentários, pelo box de cartas, abaixo.

0 Comments

  1. Marcos Pinotti da Silva disse:

    Na região de Barra do Bugres a 75 km de Tangará da serra e a 150 km de Cuiabá a procura por gado gordo é intensa.

    É hora dos pecuaristas tentarem mudar algumas regras de comercialização como venda de boi pesado na fazenda (peso vivo), problemas durante o transporte da fazenda ao frigorífico (quando algum animal se machuca dentro do caminhão somente o dono dos bois fica com o prejuízo) entre outras coisas.

    Vamos mudar para não morrer.

  2. Pedro Barbosa Ravagnani disse:

    Estamos virando a semana com sobra de carne, os novos preços de equivalente físico viabilizaram abates, porém os novos preços praticados estão freiando o consumo. Alguns produtos substitutos para o consumidor (frango, suíno etc) estão estáveis ou em baixa e a renda do consumidor não aumentou. Eu não tenho informações de que a oferta de gado é insuficiente.

    A sensação que temos é que em algum momento pode haver um movimento mais forte de baixa da arroba e, em conseqüência disso, baixa nos preços da carne. Não esqueçamos da lei da oferta vs demanda e das elasticidades (relação da demanda com preços, renda, preços de produtos substitutos).

    Boa sorte aos pecuaristas!

    Abraços

  3. Domingos Savio do Rego Lins disse:

    Aqui em Recife a venda de carne de charque caiu muito, os atacadista estão com estoques e não existe venda.