Com frigoríficos pressionando e temores que os reflexos da crise financeira atinjam o setor, a arroba do boi gordo apresentou novo recuo nesta segunda-feira. O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 89,92/@, um recuo de R$ 0,66. O indicador a prazo teve desvalorização de R$ 0,65, sendo cotado a R$ 91,23/@
Com frigoríficos pressionando e temores que os reflexos da crise financeira atinjam o setor, a arroba do boi gordo apresentou novo recuo nesta segunda-feira. O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 89,92/@, um recuo de R$ 0,66. O indicador a prazo teve desvalorização de R$ 0,65, sendo cotado a R$ 91,23/@, em uma semana a desvalorização acumulada é de 2,12%.
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio
No mercado futuro, o primeiro vencimento, outubro/08, teve valorização de R$ 0,67, fechando a R$ 89,12/@, com 2.295 contratos negociados e 14.032 contratos em aberto. Os contratos com vencimento em novembro também apresentaram alta (R$ 0,66), fechando a R$ 86,96/@.
A BM&FBovespa segue oscilando muito nos últimos dias. Segundo matéria do jornal Valor Econômico, para Élio Micheloni Jr., analista da Terra Futuros Corretora, essas oscilações confirmam que o cenário econômico internacional já afeta esse mercado. Com pressão geral dos importadores para renegociar preços, os frigoríficos brasileiros tentam compensar eventuais perdas segurando as ofertas aos pecuaristas. É fase final de entressafra e a oferta está reduzida, e é preciso lembrar que a própria diminuição estrutural dos rebanhos, provocada por preços baixos do passado, ainda colabora para limitar os negócios.
Tabela 2. Fechamento do mercado futuro em 27/10/08
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x contratos futuros para novembro/08
No mercado físico a pressão segue forte e a oferta não dá sinais de grandes aumentos. Os frigoríficos seguem trabalhando com escalas curtas, ociosidade e muitos – além daqueles que já pararam – estudam a possibilidade de declarar férias coletivas. Os frigoríficos menores seguem com dificuldade na compra de boi e os de porte maior estão completando suas programações de abate com animais próprios e negociados previamente. Mesmo assim a maioria deles recuou as ordens de compra na tentativa de melhorar as margens e se prevenir dos possíveis impactos da crise financeira no volume das exportações e no consumo interno.
Em todo o país produtores e frigoríficos seguem numa intensa queda-de-braço, os frigoríficos puxam os preços para baixo e os produtores tentam não vender, descordando dos preços atuais. De qualquer forma, notícias de carne parada em portos europeus e diminuição do consumo deixam o mercado agitado. O certo é que o momento é de incerteza e ainda não temos como prever o que deve acontecer nos próximos meses. Em São Paulo, compradores ofertaram R$ 88,00 pela arroba do boi, mas o mercado segue travado com esses preços.
No atacado, os preços seguem estáveis, com o traseiro cotado a R$ 6,70, o dianteiro a R$ 4,80 e a ponta de agulha a R$ 4,40. O equivalente físico foi calculado em R$ 84,90/@. O spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente recuou para R$ 5,02/@.
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico x equivalente físico
Na reposição, o indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 712,56/cabeça, com forte recuo de R$ 2,97. Apesar do recuo, a relação de troca diminuiu, ficando em 1:2,08.
André Camargo, Equipe BeefPoint
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Caro Evandro,
Me espanta sua dúvida sobre o porque de a @ do boi ser a única commodity que não caiu! A resposta é muito óbvia, ela foi a única que não subiu! Veja o histórico de preços do petróleo, ferro, zinco, fósforo, potássio, cobre etc. e compare com o histórico da @ do boi que você entrenderá com relativa facilidade!
Pergunte a algum produtor rural quanto foi o aumento do adubo, sal mineral, mão-de-obra, óleo díesel e aí você vai entender mais fácil ainda!