Mercados Futuros – 05/07/07
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Boi gordo: segue firme na maioria das praças

O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 60,81/@, alta de R$ 0,04. Na BM&F, alta em todos os vencimentos, com exceção de dezembro/07 que permaneceu estável em R$ 61,75/@. O primeiro vencimento, julho/07, teve alta de R$ 0,22, fechando a R$ 61,22/@, com 503 contratos negociados e 5.980 contratos em aberto. Outubro/07 teve aumento de R$ 0,20, fechando a R$ 63,76/@, com 917 contratos

O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 60,81/@, alta de R$ 0,04. Na BM&F, alta em todos os vencimentos, com exceção de dezembro/07 que permaneceu estável em R$ 61,75/@. O primeiro vencimento, julho/07, teve alta de R$ 0,22, fechando a R$ 61,22/@, com 503 contratos negociados e 5.980 contratos em aberto. Outubro/07 teve aumento de R$ 0,20, fechando a R$ 63,76/@, com 917 contratos negociados e 20.010 contratos em aberto.

Tabela 1. Fechamento do mercado futuro em 05/07/2007


Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x contratos futuros para outubro/07


O mercado físico do boi gordo continua com preços firmes. Nesta última semana os frigoríficos conseguiram alongar um pouco as escalas, pois os pastos secos e os preços mais convidativos pagos pelos frigoríficos estimularam vendas de lotes maiores.

Em São Paulo os preços continuam estáveis com cotações de R$ 61,00/@ em Andradina e R$ 60,00/@ em Presidente Prudente. Alta de R$ 2,00 em Umuarama/PR (R$ 60,00/@). No Sul de Goiás (R$ 59,00/@) e em Ponta Grossa/PR (R$ 60,00/@) foram registradas queda de R$ 1,00.

Tabela 2. Resumo das cotações do mercado físico do boi gordo em 05/07/2007


Acesse a tabela completa com as cotações de todas as praças levantadas na seção cotações.

No atacado da carne bovina os preços do traseiro (R$ 4,80) e da ponta de agulha (R$ 2,60) continuam inalterados, o dianteiro teve queda de R$ 0,10, sendo cotado a R$ 2,90. Assim o equivalente físico recuou para R$ 56,60/@.

O leitor do BeefPoint Pedro Barbosa Ravagnani, do Rio de Janeiro, informa que não possui informações de que a oferta de gado é insuficiente. “Estamos virando a semana com sobra de carne, os novos preços de equivalente físico viabilizaram abates, porém os novos preços praticados estão freiando o consumo. Alguns produtos substitutos para o consumidor (frango, suíno, etc) estão estáveis ou em baixa e a renda do consumidor não aumentou. Eu não tenho informações de que a oferta de gado é insuficiente. Não esqueçamos da lei da oferta x demanda e das elasticidades (relação de demanda com preços, renda, preços de produtos substitutos)” comenta Ravagnani.

Na reposição, o indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista teve alta de R$ 0,37, sendo cotado a R$ 431,78/cabeça, ficando a relação de troca em 1:2,32.

Segundo o leitor do BeefPoint Eduardo Zillo Bosi “o mercado de reposição começa a aquecer mesmo com muita falta de pasto, os preços de boi magro se mantém em forte alta acompanhados pela alta do boi gordo. A procura por bezerros já se mostra bastante alta e vai aqui um palpite “no estado de SP vai haver falta de bezerros para suprir a reposição na entrada das águas”.

Para o leitor Antonio Pereira Lima, de Campo Grande/MS, “Não podemos esquecer que este ano, 2007, o mercado está fazendo o caminho inverso do que fez o ano de 2006, no ano passado quem esperou comprou melhor, este ano dançou. Daqui para frente não se assustem com os valores do quilo vivo”.

André Camargo, Equipe BeefPoint

Como está o mercado de reposição de sua região, em relação a preços, oferta e demanda e número de negócios efetivados?

Por favor utilize o box de “cartas do leitor”, abaixo.

0 Comments

  1. Julio M. Tatsch disse:

    Esta alta começou no RS. Hoje os preços do boi gordo no RS não são mais altos (dos atuais R$2,15 a 2,30 por kg vivo) porque os frigoríficos e grandes varejistas estão trazendo volumes enormes de carne maturada e desossada do Brasil central e aumentando seus lucros devido as margens de comercialização praticadas. Logo o RS está auxiliando a consumir uma parcela significativa da carne bovina do Brasil central.

    Pergunto, a medida que o preço da carne subir nos demais estados, o Brasil irá buscar carne adicional onde? Existe alguém que produza abaixo dos preços pagos aos pecuaristas brasileiros?

    Cansamos de prevenir os donos de frigoríficos, que os preços praticados, abaixo do custo de produção resultariam num abate indiscriminado e “forçado” de fêmeas, como de fato ocorreu. Mas os donos de frigoríficos estavam ocupados demais contando o dinheiro arrecadado com a transferência do patrimônio dos pecuaristas para si, que promoveram. Ou alguém acha que o crescimento astronômico dos frigoríficos brasileiros foi fruto exclusivo de competência administrativa, gerencial e do mercado demandante.

    Como resultado desta surdez, a redução na oferta futura prenunciada pelos pecuaristas ficará cada vez mais patente, com conseqüente subida no preço do boi gordo, pela velha lei da oferta e da procura, e também como única forma de recuperar o espaço perdido pela pecuária para outras atividades agropecuárias ou no mínimo reduzindo a velocidade deste processo. Porém, provavelmente não sem antes passarmos por terrorismos ao longo desde caminho de alta, via anúncios de sorologias positivas, quebras de frigoríficos, alguma notícia bombástica com desmentido em poucos dias, queda na bolsa (que representa 1% a 2% do físico), e outros coelhos de cartola a conferir.

    Colegas pecuarista, lembrem-se temos uma mercadoria demandada pelo mundo, os frigoríficos não nos fazem favor comprando nosso boi, eles ganharam e estão ganhando muito dinheiro com a carne. E como somos o maior exportador, irão subir o preço da carne e ponto final. Já deviam ter feito isto a anos, muitos colegas saíram da atividade ou quebraram neste meio tempo, pelos anos de prejuízos.

    A propósito, a nível de mundo quem não gostar do novo preço da carne bovina, que busque outro fornecedor em Marte, pois neste planeta o Brasil é o maior, tanto em baixo preço (graças ao couro dos pecuaristas) como em volume e sem substituto.

    Obs.: Os Irlandeses dizem que um dos motivos do Brasil produzir carne a baixos preços é por trabalho escravo. Em parte estão certos, só que o trabalhador escravo é o pecuarista dono do negócio!

    Julio Tatsch – Agropecuarista no RS

  2. Arnaldo de Campos disse:

    Parabéns, esse artigo é o resumo de tudo que estamos vivendo no dia dia é o que acontece também aqui no MT, onde a defasagem de preço ainda é muito grande em relação a outras praças. Aqui o sofrimento ainda é maior.

  3. José Cláudio Ivantes disse:

    Olha aí a revolta de um pecuarista: Julio Tatsch Caçapava do Sul-RS

    O desabafo em parte tem razão de ser. Mas na verdade os responsáveis pelo acontecido somos nós mesmos. Falta-nos união. Falta reserva de capital para poder segurar a oferta em demasia.

    Vamos conseguir preços melhores? Mas o que adianta? se a grande parte dos pecuarista tiveram de abater parte de suas matrizes para conseguirem sanar as suas dívidas? Quem é que vai aproveitar os bons preços quando vierem? Uns poucos que não vivem única e exclusivamente da pecuária. Por que aqueles que vivem só da pecuária já estão bastante debilitados.

    Tem um ditado antigo que diz o seguinte: “Pecuarista na alta de preços é um leão. Pecuarista na baixa de preços é um cagão”, por favor amigos, não vamos fazer super ofertas só por que os frigoríficos conseguiram adiantar um pouco as suas escalas.

    Baixaram os preços? Não vendemos. Vamos segurar uma semana para ver os preços voltarem a subir.

  4. Paulo Sérgio Barros de Moraes disse:

    Venho aqui expressar a minha indignação pela injustificável barreira sanitária imposta pela UE sobre a região do centro-oeste mineiro.

    Há 13 anos sem nenhum foco de aftosa e com altos índices de vacinação não compreendo porque a nossa região não pode vender para frigoríficos que exportam para a Europa. Temos gado de excelente qualidade genética, com bom tratamento sanitário e nutricional. Nossos animais são precoces e estão rastreados.

    Milhares de pecuaristas estão abandonando a atividade causando um grande prejuízo social e econômico para a região. Esperando uma solução para esse grande problema, aguardo mais informações.

  5. José Luiz Martins Costa Kessler disse:

    Prezado amigo Júlio,

    Parabéns por suas considerações sempre oportunas e interessantes. Vale ressaltar que os preços pagos no RS foram alcançados após impressionante abate de matrizes (superior aos machos em 2005 e equivalente em 2006), ao impacto com as exportações de terneiros e a proteção sanitária para ingresso de animais e carne com osso (esta última já suspensa) além da substituição da atividade da cria bovina pela cultura da soja em significativas áreas do RS.

    Apesar desta recuperação nos preços, continuo preocupado com nosso segmento. Se não evoluírmos em nossa organização poderemos perder uma oportunidade histórica para tornar este imenso mercado da carne bovina, num negócio competitivo, eficiente e sólido, apesar de todos os indicativos vocacionais deste País. O momento é de reflexão e de ação cooperativa. Precisamos criar canais de comunicação entre os diversos elos da cadeia e melhorar o nível de informação coletivo.

    Forte abraço,

    José Luiz