Reposição Fêmea Nelore – 28/05/08
28 de maio de 2008
Leilões em pleno crescimento
30 de maio de 2008

Boi gordo segue pouco ofertado e garante a firmeza do mercado

Com pouco volume de animais prontos para abate sendo ofertado aos frigoríficos, boi gordo fecha mais uma semana em alta. Nesta semana as escalas encurtaram ainda mais e os frigoríficos precisaram pagar mais pela arroba do boi gordo para manter suas linhas de abate funcionando. O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 83,73/@, nesta quarta-feira, e nada indica que recuos possam acontecer nos próximos dias.

Com pouco volume de animais prontos para abate sendo ofertado aos frigoríficos, boi gordo fecha mais uma semana em alta. Nesta semana as escalas encurtaram ainda mais e os frigoríficos precisaram pagar mais pela arroba do boi gordo para manter suas linhas de abate funcionando, e em praticamente todas as regiões do país as cotações foram reajustadas.

O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 83,73/@, nesta quarta-feira, e nada indica que recuos possam acontecer nos próximos dias. Na semana a variação do indicador foi de 2,66% e mesmo assim a oferta não aumentou. As escalas não se alongaram, em São Paulo elas giram em torno de 3 dias e a grande maioria dos frigoríficos segue se abastecendo com animais de fora do estado. Grandes frigoríficos paulistas preferem pagar R$ 80,00 pela arroba do MS a reajustar os preços pagos pelo boi do estado. Dessa forma, as negociações seguiram lentas durante a semana.

O indicador a prazo foi cotado a R$ 85,01/@ e acumula variação positiva de 8,13%, desde o começo do mês. Em relação ao mesmo período do ano passado arroba está 51,48% mais cara, de acordo com a cotação do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Esalq/USP) – no 28 de maio de 2007 os frigoríficos pagavam R$ 56,12 pela arroba do boi gordo, com prazo de 30 dias.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio


Segundo o InfoMoney, nesta quarta-feira, o dólar comercial demonstrou estabilidade durante a manhã, mas na segunda metade da sessão firmou-se em baixa e assim fechou o dia. Nem duas intervenções do Banco Central dissuadiram a moeda de sua trajetória final. O destaque por aqui foi a inflação, que veio acima do esperado e deixou menos claro para investidores qual vai ser a dimensão da provável alta nos juros do país, que será anunciada na próxima quarta-feira.

Ainda segundo o site, o resultado do IPCA-15, divulgado ontem, reforça a expectativa de que o Copom (Comitê de Política Monetária) eleve a taxa Selic, que está em 11,75% ao ano, em 0,50 ponto percentual. Em contrapartida, parte do mercado acredita em ajuste de até 1 ponto percentual.

Analistas acreditam que o dólar foi influenciado pela alta da Bolsa de Valores de São Paulo, por fluxo financeiro positivo ao Brasil e pela volta dos rumores de que a agência de classificação de risco Fitch Ratings estaria perto de elevar o país para grau de investimento. Estes rumores coincidiram com a divulgação pela manhã de um bom resultado do superávit primário do setor público em abril, de R$ 18,7 bilhões.

Assim, a moeda americana fechou o dia cotada a R$ 1,6622, queda de 0,31%.Hoje a arroba do boi gordo (em dólares) vale US$ 50,37, 1,81% a mais do que na semana passada.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista em R$ e em US$


O mercado físico segue lento e a oferta continua enxuta. Além da diminuição do rebanho causada pelo grande abate de matrizes nos últimos anos, os preços altos da reposição estão influenciando o volume de bois disponibilizados pelos pecuaristas. Agentes que atuam na compra de boi gordo acreditam que muitos produtores estão segurando seus animais e vendendo compassadamente, com receio de não conseguir fazer a reposição do rebanho, já que oferta de gado magro é menor do que a procura e os preços estão cada vez mais altos, em todo o país.

Assim, nas principais regiões produtoras, os frigoríficos trabalham com programações de abate bastante reduzidas e precisam elevar as ordens de compra para conseguir efetivar negócios. Em São Paulo, a maioria das plantas ainda necessita comprar animais para a próxima terça-feira. Em Rondônia a situação é semelhante, o boi gordo não aparece e alguns frigoríficos já pagam R$ 75,00/@.

De Ribas do Rio Pardo/MS, o leitor do BeefPoint, Webster Matiusso, comenta que o preço do boi gordo na região é R$ 80,00, livre do imposto.

Como está de boi gordo e reposição de sua região, em relação a preços, oferta e demanda e número de negócios efetivados? Por favor utilize o box de “cartas do leitor”, abaixo, para nos enviar informações.

Tabela 2. Resumo das cotações do mercado físico do boi gordo, variação relativa a 21/05/08



O mercado de reposição segue bastante agitado e a expectativa do setor é de preços firmes para os próximos meses. A oferta restrita de animais vem impulsionando altas consecutivas e assustando invernistas e confinadores que assistem os preços do bezerro baterem recordes diariamente.

Com muita procura por todas as categorias de animais de reposição e volume reduzido de lotes ofertados, os criadores dificilmente aceitam negociar e a cada dia exigem valores mais altos para entregar seus animais.

O indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista foi cotado a R$ 664,44/cabeça, alta de 4,15% na semana. A valorização acumulada em um ano é de 57,13%, no mesmo período de 2007 o indicador era cotado a R$ 422,87/cabeça. Com o bezerro apresentando valorização maior do que o indicador de boi gordo, a relação de troca recuou para 1:2,08. No dia 2 de maio esta relação era de 1:2,23. Leia mais sobre o mercado de reposição no artigo: “Reposição: bezerro sobe 37% em 2008“.

O leitor do BeefPoint, Manoel Torres Filho, informa que em um leilão em Lucélia/SP, realizado nesta quarta-feira (28/05), bezerros Nelore de 12 meses foram vendidos a R$ 570,00 e fêmeas mestiças de 10 meses a R$ 478,00/cabeça. “Oferta muito pequena de vacas, apenas dois lotes, que foram vendidos por R$650,00 e R$700,00”, comenta Torres Filho e completa “achei o mercado um pouco frouxo, o invernista continua reclamando muito da relação de troca de boi/bezerro”.

Acesse as tabelas completas com cotações de Machos e Fêmeas de reposição.

No mercado futuro, a semana também foi de alta. Apesar do recuos que ocorreram ontem – causado por realização de lucro – todos os vencimentos apresentaram variação positiva no período analisado. Maio/08, que será liquidado amanhã, fechou a R$ 83,11/@, nesta quarta, com valorização de R$ 0,80 na semana. Para os contratos com vencimento em outubro/08 (R$ 97,65/@) a valorização acumulada foi de R$ 3,52.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 21/05/08 e 28/05/08


No atacado da carne bovina, os três cortes primários reagiram esta semana e apresentaram valorização. Segundo o Boletim Intercarnes, as ofertas efetivamente não apresentam excedentes o que torna o mercado um pouco mais especulativo e a pretensão de alta vai acentuando-se.

O traseiro foi cotado a R$ 5,80, o dianteiro a R$ 4,80 e a ponta de agulha R$ 4,00. Assim, o equivalente físico registou alta de 5,68%, na semana, sendo calculado em R$ 77,64/@. Com o equivalente apresentando valorização maior do que o indicador de boi gordo (2,66%), o spread (diferença) entre indicador Esalq/BM&F e equivalente físico recuou, ficando em R$ 6,09/@.

Tabela 3. Cotações do atacado da carne bovina


Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x equivalente físico


Nesta terça-feira, durante a 76ª Sessão Geral plenária da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), na França, dez estados brasileiros e o Distrito Federal foram reconhecidos pela organização como livres da aftosa com vacinação.

Foram reconhecidos como livres da doença com vacinação os estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe, Tocantins e o Distrito Federal.

Em avaliação feita pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, a abertura de novos mercados para a carne brasileira deve ser o principal resultado do reconhecimento de 10 estados e o Distrito Federal como livres de febre aftosa com vacinação.

Na avaliação do presidente da FAEP, Ágide Meneguette, o reconhecimento implica novas responsabilidades. “Uma coisa é reconquistar o reconhecimento da OIE e outra, é reconquistar o mercado”, observou.

Já o diretor executivo do Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Estado do Paraná (Fundepec), Ronei Volpi destacou a importância da conquista para bovinocultores e, principalmente, suinocultores, que perderam muito espaço no mercado internacional. “É um prejuízo difícil de mensurar porque não se trata apenas do que deixou de ser exportado. Está relacionado com a redução no preço da arroba e na perda de espaço e competitividade no mercado internacional”, disse.

“É um mérito ao produtor que vacina e está vacinando o seu rebanho”, disse o consultor da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Luiz Carlos Meister. “A decisão da OIE é um selo que atesta em nível mundial a sanidade dos rebanhos em relação à aftosa”, completa Meister.

Nesta semana, também foi decidido o nome do novo presidente da Abiec (Associação Brasileira da Indústria Exportadora da Carne Bovina). Roberto Giannetti da Fonseca substituirá Pratini de Moraes na presidência da Associação. O conselho da Abiec reuniu-se ontem e aprovou o nome do executivo, que também é diretor titular do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp.

Em meio às discussões sobre a crise mundial de alimentos, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) prevê que o Brasil só tem a ganhar com o aumento da demanda, criação de novos mercados e inflação dos preços das carnes. O principal motivo para a alta será o crescimento das economias dos países emergentes, que estariam consumindo mais o produto.

A produção mundial de carne bovina cresceu 2,3% em 2007. Para este ano projeta-se aumento de 1,1%, atingindo 68 milhões de toneladas. Esse crescimento ocorrerá nos países em desenvolvimento, que já respondem por 56% da produção do planeta.

Entretanto, os Estados Unidos vão disputar o mercado com o Brasil. O país deve responder por um terço das vendas neste ano, segundo o relatório da FAO, pois a desvalorização do dólar deixou os exportadores americanos mais competitivos nos mercados da China e da Rússia.

0 Comments

  1. José Roberto Puoli disse:

    Como diz minha filha, Heloooooooooooo!

    Agora que quase todos foram liberados, esquecemos dos que ficaram tomando as pancadas. Injustamente.
    Porque ninguém se indigna com o fato do MS ter ficado de fora da lista. Não vamos nos esquecer, dor de barriga não dá uma vez só. O MS e o Paraguai têm feito um trabalho extraordinário na vacinação, inclusive nos 15 km da faixa de fronteira. Nada disso é reconhecido?

    A Inglaterra tem aftosa, e fica somente 15 dias interditada, e nós depois de todo este trabalho continuamos de fora?

    Devemos celebrar a liberação dos 10 estados. Mas vamos por pressão contra a injustiça feita com o MS.
    Tenho escutado muito sobre a falta de união do setor. Interessante, por que será?

    Saudações do glorioso Mato Grosso do Sul.

  2. nilvio franco disse:

    Com este panorama pela frente, vejo que é uma ótima oportunidade para os pecuaristas e me incluo, de adequarem a capacidade de suporte de suas terras, corrigindo e ou previnindo degradação, para produzirem um gado de melhor qualidade e obter uma relação custo beneficio cada vez melhor.

  3. Claudecir Mathias Scarmagnani disse:

    Olá muito boa noite, meu prezado José Roberto Puoli.

    Parabéns por seu comentário, até quando o setor vai continuar desunido?

    Aqui no Mato Grosso, veja a união dos plantadores de soja, algodão, criadores de ovinos etc. e tudo vai muito bem obrigado, infelizmente a nossa (pecuaristas), não vejo nada de concreto.

    Abraços

  4. Rodrigo Belintani Swain disse:

    Aqui no Paraná o bezerro esta valendo R$600,00 e a novilha de desmama R$550,00, já o boi magro de 14 @ ninguém quer pagar um diferencial e tem negócios por R$72,00 a @.

  5. Sebastião Souza Ferreira disse:

    A arroba disparou, porém o preço para vender a carne com osso paralisou, ou seja estamos comprando caro e vendendo barato em relação a arroba. Não sei aonde vamos parar deste jeito, e o boi cada vez mais escasso. Daqui a pouco o boi valerá mais que ouro, e o poder aquisitivo de compra para onde vai? Será que em pouco tempo comer carne bovina será privilégio de poucos?