Mercados Futuros – 08/11/07
8 de novembro de 2007
2º Leilão Virtual Matrizes Milagrosas será dia 20 de novembro, às 20h
12 de novembro de 2007

Boi gordo SP se aproxima dos R$ 70,00, preço da carne possibilita altas

Nesta semana, o mercado do boi gordo continua sua trajetória de alta. A oferta reduzida de animais terminados para abate tem forçado as altas do preço da arroba. A valorização da carne no atacado está sustentando tais aumentos. Os animais de cocho já estão no final e nada indica que existam grandes volumes de bois de pasto disponíveis para abate no próximos dias, assim o mercado deve permanecer firme durante este início de novembro.

Nesta semana, o mercado do boi gordo continua sua trajetória de alta. A oferta reduzida de animais terminados para abate tem forçado as altas do preço da arroba. A valorização da carne no atacado está sustentando tais aumentos. Os animais de cocho já estão no final e nada indica que existam grandes volumes de bois de pasto disponíveis para abate no próximos dias, assim o mercado deve permanecer firme durante este início de novembro.

O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista registrou variação positiva de 3,73%, na semana, sendo cotado a R$ 69,22/@, nesta quarta-feira. Em relação ao mesmo período de 2006, a valorização do indicador à vista foi de 22,30%. O equivalente a prazo está cotado a R$ 69,96/@, acumulando alta de R$ 2,49 (3,69%) no período analisado.

A relação de troca melhorou, subindo para 1:2,43, valor 3,38% superior ao de quarta-feira passada, que era de 1:2,35. Esse aumento se deve a maior valorização do indicador de boi gordo frente ao indicador de bezerro, que foi cotado a R$ 470,73/cabeça e teve alta de 0,34% na semana. Há um ano o bezerro valia R$ 371,14/cabeça e a relação de troca era de 1:2,52.

Com o dólar acumulando queda de 0,23%, na semana, cotado a R$ 1,739, o indicador Esalq/BM&F boi gordo chega próximo dos US$ 40,00, tendo variação de 3,97%.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio


Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista em R$ e em US$


No mercado físico, a semana foi marcada por pouco boi na praça e altas em todas as regiões do país. Sem conseguir comprar grandes quantidades, mesmo com preços mais altos, os frigoríficos trabalham com escalas de 4 dias, em média.

Em São Paulo se comenta que frigoríficos já pagaram R$ 70,00/@ em lotes diferenciados e a melhora nos preços pagos pelo frigoríficos também acontece nos outros estados. “Aqui na região noroeste de MT a situação não é diferente de outras regiões do país, a falta de gado gordo é muito grande, as chuvas aqui demoraram muito a chegar e como aqui não temos confinamentos as indústrias padecem ainda mais. Com isso já temos notícias de negócios de boi gordo a R$ 58,00/@ à vista para descontar os impostos”, comenta Arnaldo de Campos, leitor do BeefPoint, de Cotriguaçu, MT.

Tabela 2. Cotações do boi gordo com variação relativa a 31/10/2007



Na reposição, mais negócios com gado magro estão acontecendo, em parte devido ao aumento da arroba do boi gordo que tem estimulado pecuaristas a fazer a reposição do rebanho, mas a oferta ainda é muita curta. Com o início das chuvas e recuperação das pastagens, o mercado segue comprador, com preços altos. Há previsão de firmeza de preços para as próximas semanas.

No mercado futuro, os contratos com vencimento no curto prazo acumularam mais uma semana de alta. O primeiro vencimento, novembro/07, terminou a semana com variação positiva de R$ 2,02, fechando a R$ 70,24/@ e os contratos com vencimento para dezembro/07 tiveram alta de R$ 2,23, no período. Já os contratos mais distantes apresentaram recuo, julho/08 fechou a R$ 65,90/@ (-R$ 0,50) e outubro/08 acumulou baixa de R$ 0,21, fechando a R$ 67,79/@.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 31/10/07 e 07/11/07


O que está sustentando os reajustes consecutivos do boi gordo e permitindo que as cotações atinjam patamares cada dia mais altos, é a alta nos preços da carne bovina no mercado interno. A baixa oferta do produto no mercado e o aumento da renda dos brasileiros explicam a situação atual.

Tabela 3. Atacado da carne bovina


Com alta R$ 0,20 nas cotações dos três cortes primários, durante a semana, com o traseiro chegando a R$ 5,50, o dianteiro a R$ 3,50 e a ponta de agulha a R$ 3,20, o equivalente físico vale R$ 66,32/@. Com a carne no atacado valorizada, o spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente físico está em R$ 2,91, abaixo da média dos últimos 12 meses que é de R$ 5,45/@. Vale lembrar que quanto menor o spread, maior é a margem bruta do frigorífico.

De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) o preço da carne no varejo de São Paulo cotada a R$ 10,00/kg no mês de outubro, subiu 1,32% frente ao preço médio de setembro que foi de R$ 9,87/kg.

Gráfico 3. Spread (diferença) entre indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista e equivalente físico


Na semana em que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) reconheceu a condição de área livre de febre aftosa com vacinação ao Mato Grosso do Sul, chega ao país uma missão técnica do serviço veterinário da Comissão de Saúde e Defesa do Consumidor da União Européia (DG Sanco) que fará a auditoria da cadeia produtiva da carne bovina brasileira.

Até o dia 19 de novembro a missão européia terá suas atenções concentradas na rastreabilidade, na certificação e na saúde animal. Serão inspecionados Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Goiás. “As auditorias são importantes porque nos ajudam a aperfeiçoar nossos sistemas”, comentou o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Célio Porto.

A decisão do Mapa, segundo o ministro Reinhold Stephanes, vai contribuir para que Mato Grosso do Sul retome as exportações. “O comércio externo, incluindo a União Européia, ainda depende de liberação da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal)”, destacou Stephanes, informando que, em dezembro, uma nova missão internacional deve visitar a região.

Enquanto os irlandeses continuam com ofensivas contra a importação de carne brasileira pela Europa. Acusando o comissário europeu para Assuntos de Saúde e Consumo, Marcus Kyprianou, de esconder um relatório veterinário sobre os controles de segurança alimentar e de prevenção da febre aftosa no Brasil e especulando que existem problemas com os mesmos. O Departamento de Agricultura da Irlanda confirma mais um caso de EEB em seu rebanho. Este caso preocupa, pois o animal em questão nasceu seis anos depois de terem sido introduzidos rígidos controles para erradicar a doença, diferente dos outros 16 identificados esse ano, onde o perfil de idade dos animais infectados era de animais nascidos antes dos controles introduzidos em 1996.

0 Comments

  1. Rafael Cervieri disse:

    Miguel e André,

    Parabéns pelo artigo. Muito objetivo, claro e rico em informações!

    Abraço a todos da equipe.

  2. Lucas Borges Pizarro disse:

    Muito boas as informações contidas no artigo, são importantes para técnicos e produtores. Parabenizo o BeefPoint por disponibilizar as informações.

  3. Manoel Torres Filho disse:

    Moro na região de Dracena -SP, hoje 14/11/2007 os frigorificos da região já estão pagando R$ 67,00 à vista pela arroba do boi, sem rastrear livre de impostos, já se fala em R$ 70,00 o boi rastreado.

    Fazendeiros que moram aqui na região e tem propiedade em Batagassu já comercializaram bezerros desmamados a R$ 500,00/cabeça e bezerras a R$320,00.