Na última semana o preços do boi gordo apresentaram forte recuo. Os frigoríficos conseguiram alongar suas escalas e reforçaram a pressão para baixar o preço pago pela arroba do boi gordo. Além da compra de maior volume no final da semana passada, os compradores alegam que as exportações estão fracas e que o mercado doméstico não está dando sustentação aos preços.
Na última semana o preços do boi gordo apresentaram forte recuo. Os frigoríficos conseguiram alongar suas escalas e reforçaram a pressão para baixar o preço pago pela arroba do boi gordo. Além da compra de maior volume no final da semana passada, os compradores alegam que as exportações estão fracas e que o mercado doméstico não está dando sustentação aos preços.
O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 77,89/@, com retração de 3,49%. O indicador a prazo recuou 3,43% em relação ao valor da última quarta-feira, sendo cotado a R$ 78,77/@.
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio
Diante da forte pressão dos frigoríficos, a BM&FBovespa acompanhou o recuo do indicador e todos os vencimentos tiveram queda na semana. O primeiro vencimento, agosto/09, fechou a R$ 78,32/@, com variação negativa na semana de R$ 3,78. Outubro/09 teve desvalorização de R$ 3,32, fechando a R$ 81,68/@ na última quarta-feira (05/08).
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 29/07/09 e 05/08/09
As escalas aumentaram em quase todas as regiões do Brasil, com escalas mais confortáveis os compradores tem demonstrado menos interesse pelas compras e tentam forçar novos recuos. Outro fator que favorece as indústrias é o abate de animais terminados no cocho, os grandes frigoríficos que trabalham também no setor de engorda tem mais tranquilidade nesse momento e completam suas escalas com animais próprios diminuindo a necessidade de compra.
Diante dessa situação os pecuaristas se retraíram e evitam vender animais nos preços atuais, assim os negócios seguem lentos. Os grandes frigoríficos paulistas tem certa dificuldade para adquirir animais e completam suas escalas com bois comprados em outros Estados, animais próprios e negociados a termo, apesar do volume de contratos fechados esse ano ser menor que o realizado em 2008.
Acesse a tabela completa com as cotações de todas as praças levantadas na seção cotações.
Na reposição os negócios seguem a passos lentos, com os preços do bezerro relativamente altos e pouca expectativa de altas expressivas no valor da arroba do boi gordo muitos produtores evitam repor neste momento. O indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista que vinha apresentando recuos consecutivos no mês passado, teve valorização nesta semana e foi cotado a R$ 640,00/cabeça, uma alta acumulada de 1,20%.
Com o indicador de boi gordo e o preço do bezerro indo para lados opostos a relação de troca voltou a apresentar retração, ficando em 1:2,01. Com essa situação quem estava pensando em reposição deve colocar o pé no freio e esperar melhores negócios.
Confinadores que não compraram todos animais que serão fechados esse ano reclamam da dificuldade na aquisição dos últimos lotes. O BeefPoint conversou com alguns produtores que informaram que muitos criadores e invernistas ainda estão segurando seus animai, além de existir muita concorrência pelos lotes disponíveis no mercado.
Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista x relação de troca
Você acredita que os preços do bezerro voltarão a subir atingindo o patamares do ano passado, ou este movimento é apenas momentâneo? Utilize o box de cartas do leitor, ao final do artigo, para dar sua opinião e informar preços de reposição e boi gordo praticados na sua região.
Segundo o Boletim Intercarnes, no atacado da carne bovina de São Paulo, o traseiro foi cotado a R$ 5,90, o dianteiro a 4,10 e a ponta de agulha a R$ 3,80. Assim o equivalente físico foi calculado em R$ 73,88/@. Com o boi gordo se desvalorizando mais do que os preços da carne vendida pelos frigoríficos, o spread (diferença) entre indicador e equivalente recuou para R$ 4,02/@.
Tabela 2. Atacado da carne bovina
Gráfico 4. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações brasileiras de carne bovina in natura voltaram a recuar em julho, com retração de 8,63% no volume embarcado e queda de 3,98% na receita. Foram enviadas ao exterior 82.100 toneladas, que correspondem a uma receita de US$ 277,7 milhões.
Tabela 1. Exportações brasileiras de carne bovina in natura
Gráfico 5. Exportações brasileiras de carne bovina in natura
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O preço do boi gordo é este que esta ai e sem perspectiva de aumento, ainda mais com a queda do dolar. O preço do bezerro deve cair pois a relação de troca do boi com o bezerro esta bem abaixo da média história. Alguns invernistas achavam que o boi iria a R$ 100,00 por arroba e pagaram caro no bezerro. O boi não foi e não vai a este preço. Nosso boi em dolar já é mais caro que o dos nossos concorrentes.
Quem pagou caro no bezerro agora esta com o mico nas mãos.
Segundo nosso presidente essa crise não nos afetará pois será apenas uma “marolinha”!!!!
Como não nos preocuparmos se investimos em alimentação, adubação, mão de obra, manejo, sustentabilidade, preocupação com o meio ambiente, pagamos os impostos, ratreabilidade, sanidade, etc. Tudo como manda o figurino para sermos melhores produtores. Ao terminarmos nossos animais e fazermos as contas do custo de produção das nossas arrobas, fica inviável vender!
Será que estamos trabalhando de graça?
O que pode ser feito para nos ajudar?
Creio que já está passando o tempo do Esalq & Cepea & BM&F informar as fontes e os preços INFORMADOS por estes e o percentual atribuído pelo Esalq, para formação do indicador do boi gordo.
Quem seria prejudicado com está maior transparência ?
Tal procedimento não daria maior credibilidade ao indicador, já que permitiria aos interessados aferir os preços informados.
Neste sentido alerto aos colegas pecuaristas, pois pelo que sei o levantamento diário se baseia nos preços informados e não em negócios REALIZADOS. Os amigos sabem quem informa os preços? Será que a informação é isenta de interesses, sabendo tratarem-se de parte integrante da cadeia da carne? As fontes seriam: frigoríficos, compradores de frigoríficos, pecuaristas, outros que desconheço. Em que proporção? Não seria prudente aferir os preços informações? O sistema adotado pelo Esalq, de excluir uma faixa dos preços extremos é satisfatório?
Muitas dúvidas com poucas respostas, acrescido da arrogante pretensão de não aceitarem melhorias, por quem deveria ser o primeiro a desejar maior credibilidade e transparência.
Obs.: Colegas pecuaristas, monitorem o seu custo unitário total de produção, portanto incluindo os custos fixos. Se o seu custo for superior ao preço de venda ofertado, não venda ou REDUZA sua produção ou num extremo, mude de produto. Temos amor a atividade, mas contas são pagas com lucro e não espere boa vontade dos demais participantes da cadeia.
Prezados companheiros, o que o Julio escreveu endosso na totalidade, sem mais palavras.
realmente amor não paga conta, é possível fazer travamento com lucro, tudo bem, mas se nao é possível tó fora. Paixão só pela familia e por minha conta bnacárias ( risos).