O preço de venda do quilo do boi vivo produzido no Rio Grande do Sul subiu 23,07% nos últimos oito meses. O percentual entre abril e novembro ultrapassa, por exemplo, a inflação de 14,82% medida pelo IGP-M em 2002. O valor evoluiu de R$ 1,30 para R$ 1,60. Em Alegrete, a cotação foi fixada em R$ 1,70 até o dia 25 e há projeção de R$ 2,00 até dezembro, devido à redução de oferta nos campos. Mesmo assim, o setor considera a elevação normal.
O vice-presidente da Federação da Agricultura do RS (Farsul), Francisco Schardong, justifica o reajuste com a alta dos custos, principalmente de adubos, remédios, óleo diesel, além de cercas e arames. Citou também a escassez de bois de pastagem. Conforme Schardong, já há negócios a R$ 1,65 no Litoral Norte do RS. “Com a expectativa de vendas de carne com osso para fora do RS e pouca oferta, vamos chegar a R$ 2,00”, prevê. No caso do quilo/carcaça, as indústrias gaúchas indicam que o valor deve chegar a R$ 3,10 esta semana contra R$ 2,75 de julho.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do RS (Sicadergs), Mauro Lopes, prefere comparar preços no intervalo de 12 meses para eliminar oscilações sazonais que inflacionam as cotações, mas lembra que dois fatores: exportações e venda de carne com osso para outros estados, não puxaram preço este ano. Ele frisa que, historicamente, novembro é inflacionado pelo aquecimento do consumo devido à injeção do 13o salário na economia e a proximidade do Natal. Para o setor, não há preocupação com estratégias de tabelamento, pois o mercado estaria absorvendo a elevação.
Fonte: Correio do Povo/RS, adaptado por Equipe BeefPoint