O governo da Bolívia detectou um foco de aftosa no leste do país, o primeiro registrado em três anos e meio, e ordenou aos criadores de gado que suspendam as exportações de carne aos países andinos, segundo o jornal ´El Deber´.
O governo da Bolívia detectou um foco de aftosa no leste do país, o primeiro registrado em três anos e meio, e ordenou aos criadores de gado que suspendam as exportações de carne aos países andinos, segundo o jornal ´El Deber´, citado em notícia da Gazeta Mercantil. O foco da doença foi localizado no município de Cuatro Cañadas, no departamento de Santa Cruz, na quinta-feira, e um dia depois o governo decidiu suspender as exportações de carne e lácteos a Colômbia, Equador, Peru e Venezuela.
O chefe da unidade de Saúde Animal do Serviço Nacional de Saúde Agropecuária e Inocuidade Alimentar, Ernesto Salas, disse que o organismo coordenará ações com autoridades sanitárias dos países vizinhos para garantir o controle da doença na Bolívia e evitar que se propague.
Também ficou suspensa a gestão que o governo pretendia realizar perante a OIE, na França, para declarar a Bolívia território livre de aftosa com vacinação, já que em mais de três anos não tinha sido registrado caso algum. De acordo com fontes do setor agropecuário, a Bolívia tinha investido US$ 30 milhões nos últimos anos com o propósito de se livrar da doença.
As informações acima são do jornal Gazeta Mercantil. Consultado pelo BeefPoint, o Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa) confirmou ter recebido o comunicado das autoridades sanitárias bolivianas, entretanto aguarda mais informações sobre o número de animais confirmados para a doença e susceptíveis.
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Pela posição geográfica, fica perto de nós no MT, portanto já é hora de nossas autoridades do setor e principalmente nos pecuaristas de movimentarem no sentido de protegermos com maior atenção com barreiras sanitárias.
Já é hora, também de colocarmos as barbas de molho, a Bolívia esta aí bem próximo, todo cuidado é pouco.
Estes países acreditam que defesa sanitária animal não é necessário. Agora vão pagar a conta.
Segundo o jornal local “Los Tiempos” foi detectado em uma Colônia denominada Nova Esperança que fica uns 11 Km da cidade Cuatro Cañadas. Total de 34 bovinos sendo 4 bezerros infectados.
Pois é…. Infelizmente, outro dia abordando outro tema, acabei citando que o Brasil possuía extensa linha de fronteira seca com nossa vizinha Bolívia, principalmente nos estados de Mato Grosso e Rondônia, e que este país apesar de incessantes esforços de pecuaristas locais juntamente com autoridades sanitárias, ainda representava uma ameaça aos interesses brasileiros no que tange o combate à Febre Aftosa. Sempre quando falamos na referida doença, o Paraguai constitui-se no principal vilão frente ao surgimento de focos próximos à fronteira, e até o presente momento ainda não se fazia alarde quanto à Bolívia, que também possui fronteira seca com este país.
Como médico veterinário, exerci a profissão na Bolívia como gerente de uma grande propriedade, e acompanhei esforços à época do CODEFA, órgão responsável pelo controle da Febre Aftosa, para tentar combater a doença na região de San Javier, aproximadamente 300 km da fronteira com o Brasil e a uns 100 km adiante de Quatro Cañadas. Muitas vezes as iniciativas esbarravam na ignorância de alguns grandes fazendeiros que entendiam que a vacinação não passava de mais um custo a ser agregado na propriedade, e com isto dificultavam o trabalho do referido órgão e inclusive tive a oportunidade de acompanhar diagnóstico e verificar animais infectados em fazenda próxima a qual trabalhava.
Pois bem, voltando ao assunto, o Brasil deve ter uma preocupação maior, e buscar entendimento com estes países que freqüentemente vêm apresentando problemas, e passar a ajudá-los no controle, ainda dentro de suas fronteiras, criando zonas tampão no território deles, e talvez subsidiando vacina e treinando pessoal lá do outro lado, pois se assim não fizer, dificilmente acabaremos com este problema aqui dentro.
Este é um problemas sério, que pode prejudicar muito nossas pretensões de continuarmos sendo os maiores exportadores de carne do mundo e continarmos sendo bem remunerados em nossa atividade, além de, em caso de entendimento, diminuir atritos entre nossos estados no que diz respeito ao trânsito e consumo de carnes com osso, prejudicando sempre os estados que encontram-se próximos as fronteiras.
Segundo a OIE para ser preciso:
“A propriedade possuía 11 animais que foram não vacinados contra Aftosa. Mais tarde, adquiriu 23 animais de uma feira. O proprietário suspeitou a presença a doença nos animais e fez a notificação.”
É uma má noticia para nós brasileiros em virtude da extensão de nossa fronteira com a Bolívia. Eu creio que as autoridades e entidades responsáveis não podem bobear desta vez. Tenho ouvido algumas noticias até ontem, dia 30-01-07, que ainda as autoridades competentes não haviam ainda tomado as necessárias providencias para impedir o trânsito de animais da Bolívia.
Eu acredito que não seja uma tarefa fácil, porém não podemos perder tempo. Gostaria de ouvir das autoridades competentes as medidas que já foram tomadas e que ainda serão tomadas para evitar o episódio de 2005 quando vários estados vizinhos de MS foram impedidos de exportação.