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Bolivianos agradecem parceria brasileira

A febre aftosa é uma página praticamente virada na região boliviana da faixa de fronteira com Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Essa foi a mensagem transmitida sexta-feira (21), em Cuiabá, por uma delegação formada por representantes do governo e do sindicalismo rural da Bolívia, às autoridades mato-grossenses.

A delegação informou que em 18 de maio a Organização Internacional de Epizooties (OIE) outorgará à região boliviana fronteiriça o certificado de zona livre de febre aftosa com vacinação. Além do comunicado, o diretor da Federação da agropecuária de Santa Cruz de La Sierra (Fegasacruz), Carlos Añez, e o coordenador geral do Comitê Departamental de Erradicação da Febre Aftosa na Bolívia, Xavier Velarde, agradeceram a participação do Brasil, e em especial de Mato Grosso, no programa sanitário animal daquele país.

Exames sorológicos por amostragem feitos em 3.274 bovinos de 369 propriedades registraram taxa zero da doença. Com isso, a região constituída pelas províncias de Angel Sandoval, German Bush, Velasco, Niuflo Chavez, Chiquitos e parte da província de Cordilheira habilitou-se a requerer o certificado da OIE.

O rebanho bovino boliviano é de 6,5 milhões de cabeças. Na área onde se colheu o material para laboratório o rebanho é de 1,5 milhão. O último foco da aftosa naquela região foi notificado há seis anos. Lá são realizadas duas campanhas de vacinação anual: uma em maio/junho e outra em outubro/novembro.

Os bolivianos pediram que Mato Grosso continue colaborando com seu programa sanitário animal. Desde 1997, o Fundo Emergencial da Febre Aftosa (Fefa/MT) participa ativamente da campanha pelo controle e erradicação da doença naquela região.

Em 97, o Fefa iniciou uma campanha de doação da vacina oleosa contra aftosa aos pecuaristas daquela região boliviana. Desde então repassou 520 mil doses, sendo que as últimas 62 mil foram entregues em junho do ano passado. Além das vacinas, o Fefa cedeu vários trailers para facilitar o trabalho de fiscalização do trânsito de animais e presta assistência veterinária, inclusive na área de capacitação de técnicos a serviço do governo da Bolívia.

Eles querem ainda que Brasília e La Paz estabeleçam uma política sanitária animal binacional, comum aos dois lados da fronteira em toda sua extensão. Atualmente, o que existe de concreto é uma parceria de pecuaristas de parte da Bolívia com seus colegas mato-grossenses. Com isso, uma área daquele país fica excluída da cooperação que a faixa de fronteira recebe do Fefa.

Câmara

A vereadora pelo MNR e presidente do Sindicato Rural de San Matias, na Bolívia, Lindaura Ribeiro, sonha com a possibilidade da criação de uma câmara comercial Bolívia-Mato Grosso para facilitar e incrementar as relações comerciais dos dois lados da linha imaginária que une o país vizinho ao território matogrossense.

“Quando nossos preços (da arroba de boi) não forem satisfatórios, nós deveríamos poder vender nosso gado para os frigoríficos em Mato Grosso e vice-versa”, observou. A proposta foi comunicada ao deputado estadual Zéca de Ávila e nesta semana será apresentada ao presidente Sanchez de Lozada, do qual a vereadora é correligionária.

Fonte: Diário de Cuiabá/MT (por Eduardo Gomes), adaptado por Equipe BeefPoint

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