O governo brasileiro aposta em um acordo favorável nas negociações entre Mercosul e União Europeia até o final do ano, mas, segundo uma fonte, as tratativas sobre acesso a mercados –ponto central do acordo– ainda nem começaram.
Dois pontos da oferta não foram apresentados pelos europeus e são centrais para o Mercosul: etanol e carne. Segundo a fonte, isso só deve acontecer depois das eleições na Alemanha, no final de setembro.
O acesso a mercado envolve tanto agricultura quanto indústria. Os europeus sempre tiveram mais dificuldade com o setor agrícola, com muitas políticas protecionistas regionais.
Já o Mercosul tem mais dificuldade com o mercado de manufaturados, onde os europeus podem ser mais competitivos.
Apesar da dificuldade europeia em apresentar todas as suas cartas, o clima é outro para a negociação, explica o diplomata, especialmente desde a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos.
No Mercosul, a mudança de governo na Argentina colaborou para colocar os quatro países na mesma linha. Até o final do governo de Cristina Kirchner, o país era que mais colocava dificuldades em acertar uma proposta única e razoável para abrir as negociações.
Do outro lado do Atlântico, as mudanças no comando da UE apontavam para dificuldades nas negociações com a saída de José Manuel Durão Barroso, um defensor ardoroso do acordo, da presidência da Comissão Europeia. No entanto, a eleição de Trump, com sua visão protecionista, terminou por dar um empurrão para as negociações.
O presidente dos EUA deixou a o acordo com os países asiáticos e abandonou as tratativas para um acordo com a União Europeia.
Fonte: Reuters, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.