Com 820 mil toneladas de carne bovina exportadas entre janeiro e agosto, o Brasil se consolidou como o principal agente mundial no setor, superando Austrália e Estados Unidos, que até o ano passado ocupavam os primeiros lugares no ranking. O total de carne exportada pelo País nos primeiros oito meses deste ano é 40,5% superior ao total negociado em igual período de 2002, ou seja, 583,6 mil toneladas.
Para todo o ano, projeções da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) indicam que as exportações do setor chegarão a 1,4 milhão de toneladas, a frente do que devem obter a Austrália (entre 1,2 milhão e 1,3 milhão de toneladas) e os Estados Unidos (1,16 milhão de toneladas).
O presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira, alertou que, embora seja líder na lista dos maiores exportadores de carne bovina do mundo, o Brasil conseguirá menos receita que seus principais concorrentes. “Essa receita é menor porque o Brasil não tem acesso a mercados que pagam melhor pela carne, como o Japão. Além disso, nos outros mercados onde são praticados bons preços, as nossas cotas isentas de impostos e tarifas são bastante limitadas, fazendo com que o valor médio da tonelada exportada fique bem aquém da média dos outros exportadores”, explicou.
Nogueira destacou que as 820 mil toneladas exportadas foram negociadas ao valor médio de US$ 1.686 por tonelada para o produto in natura e US$ 1.918 para as carnes industrializadas, rendendo um total de US$ 875 milhões ao Brasil. “Apesar desses valores médios, o Brasil está experimentando uma melhora substancial nos preços da tonelada exportada, na ordem de 20%, de janeiro a agosto de 2003. Em janeiro, a tonelada de carne in natura era negociada por US$ 1.549, chegando a US$ 1.892 em setembro”.
Entre janeiro e julho deste ano, os Estados Unidos obtiveram US$ 1,743 bilhão com as exportações de carnes bovinas, ao negociar por um preço médio de US$ 3.551 por tonelada. O representante da CNA afirmou que os subsídios concedidos pelos países ricos, seja por pagamentos diretos à produção ou pela adoção de restrições às importações, geram quadro de concorrência desleal, em que os prejudicados são os países em desenvolvimento.
Fonte: Departamento de Comunicação da CNA, adaptado por Equipe BeefPoint