As exportações de proteína animal, principalmente a bovina, serão marcadas por três pilares neste ano de 2025: segurança alimentar, bem-estar animal e a instabilidade no cenário político internacional. Com tensões políticas, comerciais e mudanças no equilíbrio econômico global, o Brasil tem a chance de reforçar seu papel como protagonista no fornecimento de proteína animal. Esses pilares não apenas impulsionam o comércio exterior, mas também posicionam o país como peça-chave para atender à crescente demanda por alimentos em um mundo cada vez mais atento à sustentabilidade e à ética nas cadeias produtivas.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) do Brasil habilitou 38 novos frigoríficos para exportação à China em 2024, destacando o compromisso com os padrões sanitários exigidos. A Secretaria de Defesa Agropecuária do MAPA garante rigoroso controle sanitário, assegurando a qualidade e a segurança alimentar dos produtos brasileiros. Essas ações estratégicas, coordenadas pelo governo federal, fortalecem o papel do Brasil como fornecedor estratégico de carne bovina, impulsionando o comércio exterior e reforçando sua liderança global.
Em 2025, o Brasil reafirma seu compromisso com o bem-estar animal, reconhecendo seu papel essencial na qualidade da produção e no fortalecimento das exportações. O MAPA lidera ações que garantem práticas humanitárias em toda a cadeia produtiva, desde o transporte até o abate. Manuais de boas práticas, desenvolvidos pelo MAPA, orientam produtores e transportadores sobre o manejo adequado, destacando que o conhecimento do comportamento animal e o manejo racional aumentam a produtividade e melhoram a qualidade da carne. Paralelamente, programas de capacitação contínua preparam profissionais para práticas éticas, disseminando técnicas atualizadas de abate humanitário.
Essas iniciativas não apenas elevam os padrões internos, mas também atendem às exigências de mercados rigorosos, como a União Europeia e a Ásia.
A China continuará sendo o principal destino da carne bovina brasileira. Segundo a Conab, espera-se um aumento de 2,1% nas exportações de carne bovina, atingindo 3,8 milhões de toneladas em 2025. Apesar de uma projeção de queda de 4,9% na produção interna, essa diminuição é atribuída à maior retenção de fêmeas para reprodução, após um período de abates elevados.
No entanto, em dezembro de 2024, o Ministério do Comércio da China iniciou uma investigação de salvaguarda sobre as importações de carne bovina, abrangendo o período de 2019 até o primeiro semestre de 2024. Essa investigação, com duração prevista de oito meses, visa avaliar o impacto das importações na indústria doméstica chinesa. Durante esse período, a tarifa de importação permanece em 12% ad valorem. O governo brasileiro, em conjunto com o setor exportador, está colaborando para demonstrar que a carne bovina brasileira complementa a produção local chinesa, sem causar prejuízos à indústria daquele país.
Fonte: China2Brazil.