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Brasil avançará no mercado de carnes suína e de frango na próxima década

Em 2023, o consumo mundial de carnes de frango e de suíno será 41 milhões de toneladas superior ao atual. Além disso, a expansão da demanda de carne bovina será de 9 milhões de toneladas, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

Dois especialistas dos setores de carnes e de grãos do Rabobank – Adolfo Fontes, analista que atua na área de pesquisa de proteína animal do banco, e Renato Rasmussen, analista de mercado de grãos e de oleaginosas – , acreditam que o Brasil é um dos candidatos a suprir essa demanda, com rentabilidade aos produtores.

O país tem duas vantagens. Adquiriu um bom status sanitário e, devido à posição geográfica, está fora da rota de doenças, principalmente as trazidas por aves silvestres.

Outra vantagem é que o país será um dos poucos que conseguirão aumentar a produção com redução de custos, devido à expansão da oferta de grãos e à busca de novas regiões de produção. O país tem também o mercado interno para ajudar nessa expansão de produção. Apesar das dificuldades atuais, o cenário melhorará nos próximos anos.

Esse crescimento de demanda favorece não apenas os produtores de proteínas mas toda a cadeia do agronegócio. Os analistas do Rabobank acreditam que serão necessários investimentos de US$ 6,4 bilhões na próxima década para uma realocação da produção de carnes para a regiões onde há uma oferta maior de grãos.

Essa proximidade da produção de carnes com a de grãos permite uma redução de custos.

O setor de grãos também será beneficiado pelo avanço da produção de carnes de frango e suína no pais, aponta Rasmussen.

Os analistas do Rabobank preveem que a produção de frango salte de 12,3 milhões de toneladas, em 2013, para 16,2 milhões em 2023. As exportações aumentariam 40% no mesmo período, atingindo 4,9 milhões de toneladas por ano. Já o consumo interno, ao subir para 11,3 milhões de toneladas por ano, registraria uma evolução média anual de 2,5%.

A produção nacional de carne suína deverá atingir 4,4 milhões de toneladas em 2023, 1 milhão a mais do que a atual.

Boa parte da nova produção de carnes virá das novas fronteiras agrícolas, principalmente do Centro-Oeste. No entanto, o avanço da produção para novas áreas não será fácil nem barato. Logística e mão de obra serão dois problemas a serem enfrentados pela produção de proteínas nessas novas áreas.

Para Fontes, um dos segredos da produção brasileira é que o país soube avaliar bem as necessidades do mercado. O produtor agrega valor produzindo cortes especiais e produtos específicos para as diversas regiões do mundo.

Fonte: Folha de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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