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Brasil, China e Índia não suprem mercado russo de carnes

Em coletiva à imprensa na sexta-feira passada (13), o chefe do Serviço Fitossanitário da Rússia, Sergey Dankvert, anunciou que China e Índia não estão conseguindo suprir a demanda russa de carne.

A Rússia acreditava que seus parceiros no Brics seriam capazes de fornecer o volume necessário do produto após o embargo contra países que impuseram sanções à Rússia, mas essas esperanças ainda não se realizaram.

Dankvert afirmou ainda que, em relação à Índia, surgiram discordâncias internas sobre a carne de búfalo, cujos preços no país são superiores aos pedidos no Brasil. Quatro frigoríficos indianos foram certificados para enviar esse tipo de carne à Rússia.

“A Federação da Rússia ainda não recebeu a carne bubalina, mas a primeira parte já está pronta para ser expedida”, lê-se em comunicado do serviço fitossanitário russo.

A China enviou ao país 3,3 mil toneladas de carne suína até o final de 2014. Agora, porém, as exportações estão paradas devido a dificuldades logísticas no envio do produto. Após 10 anos de proibição, hoje duas companhias chinesas produtoras de carne suína têm direito de exportar à Rússia sob controle estrito dos veterinários russos.

A importação de carne bovina do Brasil, por sua vez, que se destacava como uma das promessas para suprir a demanda após o embargo imposto em agosto do ano passado a vários países, caiu em 56%, o menor nível desde 2005. A queda aconteceu apesar da aprovação russa, às pressas, de 87 frigoríficos brasileiros após o embargo.

A agência financeira Bloomberg destaca que a compra de carne por países produtores de petróleo em geral caiu muito. Há apenas um ano, as vendas de carne brasileira para Rússia, Venezuela e Irã chegaram a 50% do total exportado pelo Brasil. Agora, sua fatia chega aos 25%.

No total, a importação de carne bovina à Rússia caiu aproximadamente 53% em relação ao dia 2 de março de 2014, a de carne suína, em 72%, e a de aves, em 68%, chegando às 10,33 mil toneladas, 16,15 mil toneladas e 13,16 mil toneladas, respectivamente.

Em comunicado do Serviço Fitossanitário da Rússia, lê-se que “a Rússia, de 1 de janeiro a 2 de março deste ano, diminuiu sua importação de carne (exceto no comércio com a Bielorrússia e com o Cazaquistão) em 68%, chegando às 52,9 mil toneladas”.

Apesar disso, o Serviço Alfandegário Federal informou o valor gasto em fevereiro na importação de carnes e derivados dobrou.

De acordo com dados de 2 de março, o preço de varejo da carne bovina no país subiu 9,1% desde o início do ano, e 0,3% na semana, chegando aos 301,42 rublos (quase 5 dólares) por quilo.

Fonte: Gazeta Russa, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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