O governo brasileiro ainda não foi oficialmente comunicado da decisão da Austrália de suspender as importações de carne bovina em razão da suspeita de um foco de aftosa na cidade de Paranhos (MS), na fronteira com o Paraguai.
Segundo o coordenador de vigilância do Departamento de Defesa Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Jamil Gomes de Souza, o país solicitou informações ao Brasil sobre o caso suspeito, as quais já foram fornecidas. Até ontem, a Austrália não havia notificado o Brasil sobre a suspensão, segundo ele. Souza acrescentou que o Chile, que importa carne in natura brasileira, também pediu informações sobre o evento em Paranhos.
A suspeita de foco veio a público no dia 22 de dezembro passado. De acordo com a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Mato Grosso do Sul (Iagro), 28 animais de um rebanho de 53 bois de uma propriedade em Paranhos tiveram sorologia positiva para aftosa. A Iagro enfatizou, no entanto, que o resultado positivo pode ser decorrência de uma reação à vacina contra aftosa, já que os animais haviam sido vacinados quatro dias antes da coleta do material para os testes.
Além disso, segundo a institutição, os animais não apresentam sinais clínicos da doença. Novos exames, desta vez com material da faringe e do esôfago dos animais, estão sendo feitos no laboratório do Ministério em Belém (PA) e devem ficar prontos em janeiro.
No Mato Grosso do Sul, o Departamento de Operações de Fronteira (DOF), ligado à Secretaria de Justiça do estado, investiga a origem do gado bovino suspeito de ter febre aftosa. A investigação foi solicitada pela Secretaria de Produção e Turismo.
De acordo com o chefe de gabinete da secretaria, Carlos Brum, o departamento está fazendo um levantamento para saber como os animais chegaram à propriedade. Ontem, o dono da fazenda deu depoimento ao DOF. O objetivo é saber se houve contrabando de animais do Paraguai para o Brasil. A fazenda onde os animais foram encontrados tem 20 hectares do lado do Brasil e outros mil hectares no lado paraguaio.
Fonte: Valor (por Alda do Amaral Rocha), adaptado por Equipe BeefPoint