O Brasil tem condições de, em dois anos, dobrar o comércio com a China, que somou US$ 4 bilhões em 2002, acredita o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC), Charles Tang. “Esse valor de comércio bilateral não é nada para as dimensões dos dois países”, disse.
Várias iniciativas estão sendo tomadas para ampliar as exportações brasileiras. No final deste mês, será realizado o primeiro embarque de carne brasileira para a China. Esta primeira exportação de carne bovina de um grupo de 14 frigoríficos do Brasil no valor de US$ 1 milhão abre caminho para a venda também de aves, carne suína e leite para o mercado chinês.
O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, chefiará uma missão de empresários e representantes do governo brasileiro à China entre 5 e 8 de junho, quando será realizada a feira internacional da China de gado leiteiro, onde haverá exposição de produtos brasileiros como gado leiteiro e de corte, leite longa vida, sêmen e embriões de gado.
Além dos produtos relacionados ao evento, os exportadores brasileiros tentarão vender também produtos agrícolas em geral, até a soja, um dos produtos cuja exportação para o país asiático mais cresceu em 2002. “Já estamos contatando empresas na China para a viagem”, contou o chefe do grupo de Genética Bovina da CCIBC, Carlos Augusto Meinberg.
Em 2002, as exportações brasileiras para o mercado chinês somaram US$ 2,5 bilhões e as importações foram de US$ 1,5 bilhão, dando um saldo de US$ 1 bilhão ao Brasil. Os valores são baixos e o cônsul-geral da China no Rio, Wang Xaioyuan, considerou que o mercado brasileiro para os chineses “é uma terra virgem” e que o mesmo vale para o mercado chinês do ponto-de-vista do exportador brasileiro.
Wang vê um grande potencial de crescimento do comércio com o Brasil também pela entrada de brasileiros nesses mercados para concorrer com os europeus e americanos. Tang considerou que os chineses compram da Europa produtos como suco de laranja e café, cuja matéria-prima não é produzida pelos europeus, justamente porque o Brasil não se apresentou no mercado chinês como vendedor.
Fonte: O Estado de São Paulo (por Adriana Chiarini), adaptado por Equipe BeefPoint