O Brasil consolidou-se como um dos principais exportadores mundiais de carne bovina. Se inicialmente o crescimento das exportações brasileiras foi visto como um aproveitamento de oportunidades pontuais, agora o País já é considerado um dos três maiores exportadores de carne bovina do mundo, devendo se consolidar na primeira posição até 2005.
“Não importa se o Brasil é o primeiro ou o terceiro, já que os três principais exportadores, Austrália, Brasil e Estados Unidos, caminham praticamente juntos”, afirmou o analista e diretor da FNP Consultoria, José Vicente Ferraz.
Até julho, o Brasil havia exportado 683,5 mil toneladas equivalente-carcaça, crescimento de 42% em relação a igual período de 2002. A receita cambial obtida em julho foi recorde, de US$ 121,029 milhões. Segundo Ferraz, o Brasil terminará 2003 com exportação recorde de 1,28 milhão de toneladas, pouco abaixo da Austrália e acima dos Estados Unidos.
“O grande diferencial de carne brasileira é o baixo custo”, avaliou o analista. Enquanto o boi brasileiro é criado a pasto, os animais de outros exportadores precisam ser terminados em confinamento, o que encarece o preço final.
A analista da Tendências Consultoria, Amaryllis Romano, acrescentou que o esforço nacional na promoção da certificação sanitária e de marketing setorial está sendo reconhecido no mercado internacional. “Entre 1998 e 2003, o País passou de uma participação de 7,9% no volume total de exportações mundiais de produtos agrícolas em geral para 18,5% e, no mesmo período, a participação da carne bovina brasileira aumentou de 5,6% para 14,7%”, afirmou, citando dados recentes do USDA, o departamento de agricultura do governo norte-americano.
“O que está ocorrendo agora é diferente do registrado no início do ano 2000, quando o Brasil acabou sendo beneficiado pela saída da Argentina do mercado de carnes por causa da ocorrência de focos de aftosa e depois pela crise financeira, e pelos casos de vaca louca na Europa, que acabaram dizimando o rebanho local daqueles países”, afirmou Ferraz.
Naquele momento, o Brasil acabou ocupando o espaço deixado por estes países. “Muitos países que optaram pela carne brasileira neste período acabaram por se tornar clientes cativos”, ressaltou.
Chile e o Egito foram alguns desses países, mas além deles, o Brasil também conseguiu desbravar um totalmente novo: a Rússia.
Fonte: O Estado de S.Paulo (por Eduardo Magossi), adaptado por Equipe BeefPoint