Brasil e França poderão criar grupos temáticos para avaliar as cadeias produtivas do agronegócio de interesse mútuo, com vistas a estabelecer acordos bilaterais. A sugestão foi apresentada nesta semana pelo secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Amauri Dimarzio, ao governo francês. Segundo ele, isso poderá contribuir para a adoção de medidas que facilitem o comércio de produtos agropecuários entre os dois países.
“Sugeri ao governo francês que peça oficialmente ao Brasil a formação desses grupos”, disse Dimarzio, por telefone, de Clermont-Ferrand, no sul da França. “Essa medida contribuiria para dar mais transparência nas negociações bilaterais”. De acordo com o secretário, as autoridades francesas gostaram de proposta. “Poderiam ser avaliadas, por exemplo, as cadeias do açúcar, café, soja e carnes. Isso permitiria ter informações sobre cada um desses setores”.
Dimarzio e o secretário de Defesa Agropecuária, Maçao Tadano, estão visitando aquele país, a convite do governo francês, desde a última segunda-feira (29).
Rastreabilidade
Durante a visita, Dimarzio constatou que o modelo francês de rastreamento e certificação bovina é semelhante ao do Brasil. “A rastreabilidade aqui é individual e é feita desde o nascimento do animal”.
Para ele, isso reforça a disposição do Mapa de manter e aperfeiçoar o Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov). A partir de 2004, adiantou, apenas o gado rastreado será exportado e o período de rastreamento deve ser ampliado. “Os europeus estão muito preocupados com a segurança alimentar. Quem não cumprir as exigências deles, estará fora do mercado da União Européia”, destacou o secretário-executivo.
Ontem (02), o secretário-executivo do Mapa visitou uma feira pecuária em Clermont-Ferrand, onde se encontrou com o ministro de Agricultura da França, Hervé Gaymard. Hoje ele manterá novos contatos com pecuaristas franceses, quando tratará da seleção de gado de corte e métodos de avaliação desses rebanhos.
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), adaptado por Equipe BeefPoint