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Brasil é maior mercado para carne paraguaia

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, recebeu ontem (15) do seu colega do Paraguai, Dario Baumgartem, um relatório sobre as medidas adotadas pelo governo daquele país para controle do foco de febre aftosa ocorrido no Departamento de Boquerón, localizado 700 km a oeste de Assunção, na fronteira com a Argentina e a Bolívia.

O diretor substituto do Departamento de Defesa Animal do Ministério da Agricultura, Jamil Gomes de Souza, explicou que o Brasil doará kits de diagnósticos do vírus para análise de cinco mil amostras, além de colocar à disposição pessoal para apoio técnico. “Vamos acompanhar o direcionamento das medidas adotadas em Boquerón e o redesenho da situação da região”, afirmou.

Ele disse que o governo deve ficar alerta em razão da proximidade do foco com a fronteira brasileira. “Para a febre aftosa, 300 km não é uma distância significativa”, afirmou, acrescentando que pelas lesões relatadas ao ministro Roberto Rodrigues, os animais doentes não foram vacinados.

Baumgartem ressaltou que todas as medidas de controle do foco foram tomadas de acordo com as normas internacionais. “Estamos conduzindo o processo com muita transparência. A emergência foi decretada no menor tempo possível e esperamos corrigir também no menor tempo”, disse. Ele acrescentou que técnicos do Paraguai, Argentina e Bolívia farão um trabalho conjunto de investigação para explicar o surgimento do foco.

Por causa do novo foco, o governo do Paraguai suspendeu a emissão de certificado sanitário para exportação de carne maturada e desossada ao Brasil. Com a suspensão das vendas, o Paraguai perdeu, temporariamente, o seu principal mercado. O Brasil é responsável por cerca de 65% a 70% das vendas externas de carne desossada e maturada. O volume mensal é de cerca de quatro mil toneladas, com receita de aproximadamente US$ 4 milhões ao mês.

De acordo com o ministro paraguaio, no último sábado (12) foi confirmada a presença dos vírus “A” e “O” e imediatamente declarada emergência sanitária, com interdição do departamento e sacrifício de 315 animais (160 caprinos, 95 bovinos e 60 ovinos). A emergência inclui ainda desinfecção e vazio sanitário e deve durar cerca de 40 dias.

O último caso de febre aftosa no Paraguai foi detectado no final do ano passado, na província de Canindeyú, levando do Brasil a suspender as importações de animais vivos (bovinos, bubalinos, caprinos, suínos e ovinos), seus produtos e subprodutos. A importações foram retomadas gradativamente, mas com a confirmação do novo foco o governo brasileiro voltou a suspender as compras de carnes desossadas e maturadas.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), adaptado por Equipe BeefPoint

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