A partir de agora, as autoridades sanitárias do Brasil e do Paraguai vão trabalhar de forma conjunta na prevenção da febre aftosa na região de fronteira. A definição de estratégias aconteceu ontem durante reunião em Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Autoridades sanitárias dos dois países defenderam entendimento no sentido de reforçar a fiscalização dos mais de 600 quilômetros de fronteira seca.
A reunião realizada na Associação Rural do Paraguai contou com as presenças do secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Maçao Tadano; do ministro da Agricultura e Pecuária do Paraguai, Antônio Ibanñez; do delegado federal de Agricultura em Mato Grosso do Sul, Antônio José Roldão; do diretor da Associação Pan-Americana de Aftosa, Eduardo Gomes Melo, além de representantes da Câmara de Carne do Paraguai, da Famasul, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), e dos sindicatos rurais da fronteira.
Pelo acordo, o Paraguai acertará a agenda de vacinação conforme a brasileira, que é feita em fevereiro (para animais até 12 meses), maio (animais até 24 meses) e novembro (todo rebanho vale para o Planalto). O governo brasileiro não precisará do exército para proteger suas fronteiras, a Senacsa (Serviço Nacional de Saúde Animal) e a Iagro farão essas fiscalizações.
No lado brasileiro serão montadas oito barreiras volantes e cinco fixas, que devem fiscalizar os mais de 600 quilômetros de fronteira, com atuação mais forte na fronteira de Sete Quedas com o Departamento de Canindeyú, no Paraguai, onde surgiram suspeitas de novos focos de febre aftosa. Também serão montadas barreiras em municípios como Aral Moreira, Paranhos e Coronel Sapucaia.
A fiscalização da fronteira vai mobilizar pelo menos 70 pessoas, entre técnicos e veterinários da Agência Estadual de Fiscalização Animal e Vegetal (Iagro), e efetivo da Polícia Militar, responsável pela segurança dos profissionais. A vigilância será de forma ininterrupta durante as 24 horas do dia. O representante da Associação Pan-Americana de Aftosa informou que estão sendo desenvolvidos estudos e trabalhos para erradicar a febre aftosa dentro de no máximo mais cinco anos.
O presidente do Sindicato Rural de Ponta Porã, Ronei Fuchs, disse que a reunião foi importante para reforçar o entendimento entre as autoridades sanitárias, que vem sendo intensificado desde o ano passado. Fuchs disse que os paraguaios foram bastante receptivos e estão abertos para atuarem de forma conjunta no desenvolvimento de ações eficientes no combate à febre aftosa.
O pecuarista brasileiro disse que o Paraguai demonstrou, através de exames laboratoriais, para os representantes do Ministério da Agricultura do Brasil que os focos surgidos no Departamento de Canindeyú não são de febre aftosa e sim de rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR).
Segundo Fuchs, já existe há um bom tempo uma parceria entre o setor privado do Brasil e do Paraguai, voltada para a prevenção da febre aftosa. “Essa reunião reforça esse trabalho, porque a partir de agora também passa a existir de forma mais forte ações conjuntas através do setor público. Isso é importante porque estamos numa fase muito boa no que se refere à sanidade animal”.
Fonte: Correio do Estado/MS (por Edílson José Alves) e Campo Grande News (por André Felipe), adaptado por Equipe BeefPoint