A cadeia de carne bovina brasileira está se movimentando na direção correta ao assumir postura pró-ativa na prevenção da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como o mal da “vaca louca”. A avaliação é da consultora americana de saúde animal, Linda A. Detwiler.
Segundo ela, a adoção de medidas preventivas de alerta à população dos Estados Unidos de que a doença poderia ocorrer no país promoveu credibilidade do mercado interno em relação às medidas de controle adotadas quando o país registrou focos de EEB. “A importação de animais da Inglaterra e do Canadá fazia com que existisse risco da ocorrência da doença nos Estados Unidos. Além disso, o governo americano sempre deixou claro que não poderia garantir a ausência de riscos para a saúde humana”, afirmou.
Na avaliação de Linda, a mesma credibilidade nas medidas do governo e da indústria para combater o mal da “vaca louca” não foi manifestada na Inglaterra, pois a população foi informada, inicialmente, que as pessoas não seriam contaminadas pela doença. “Não acho justo comparar a postura do governo na Inglaterra e nos EUA, pois pudemos aprender com a experiência de outros países, enquanto os ingleses não tiveram a quem recorrer”, disse. O primeiro caso de “vaca louca” foi registrado na Inglaterra.
Linda ressaltou que são fundamentais os cuidados com a ração servida aos bovinos, com a não exposição do gado a animais contaminados e com a remoção no processo de abate dos SRM, sigla em inglês para materiais de risco especificado.
O presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), Mário Sérgio Cutait, destacou que o Brasil aboliu o uso de proteínas animais de origem bovina na produção de rações para bovinos. “Adotamos o código de boas práticas de fabricação dois anos antes da determinação do Codex Alimentarius”, afirmou Cutait.
Os investimentos do setor de rações em sistemas de qualidade, tecnologia e equipamentos vão chegar a US$ 170 milhões este ano, o equivalente a 2% do faturamento de US$ 8,5 bilhões, de acordo com o presidente do Sindirações.
Linda Detwiler e Mário Sérgio Cutait participaram ontem do 1o Congresso de Segurança Alimentar, em São Paulo.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Chiara Quintão), adaptado por Equipe BeefPoint