O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, confirmou nesta terça-feira (17/10) que o Brasil enviou à China uma lista com 20 frigoríficos para habilitação para exportação. A definição dos estabelecimentos foi feita em agosto, em diálogo com entidades representativas do setor de proteína animal, e respeitou a ordem cronológica das empresas que atendem às exigências chinesas e apresentaram pedidos para negociar com o país asiático.
Ainda não há expectativa de quando a China vai habilitar essas plantas. O governo brasileiro mantém diálogo constante com a Administração-Geral de Alfândegas chinesa (GACC, na sigla em inglês), que toma a decisão. O Brasil havia enviado listas com número maior de unidades e o governo chinês pediu indicações mais enxutas.
Fávaro explicou, no entanto, que outras plantas cumprem os requisitos e podem ser habilitadas, mas que a decisão de quantos frigoríficos serão autorizados a embarcar carnes para lá cabe exclusivamente aos chineses. Ao todo, são 77 estabelecimentos brasileiros aptos à habilitação.
Na formulação da lista, empresas que têm mais de uma unidade foram autorizadas a substituir a posição dos frigoríficos, como forma de priorizar a habilitação de determinados estabelecimentos.
“Não abri mão da ordem cronológica, mas discutimos a possibilidade de as empresas substituírem os SIFs na lista. Ela não está tomando o lugar de ninguém, está saindo uma unidade sua e entrando outra”, disse Fávaro. A medida permitiu, por exemplo, a substituição em casos de estratégia comercial, para priorizar a habilitação de unidade em algum Estado específico.
“Chegamos ao entendimento de mandar 20 frigoríficos, e com ordem cronológica. Para nossa surpresa, a GACC disse que já está à frente, que já tem 50 analisados”, disse Fávaro. “Todos os 77 frigoríficos já estão aptos a serem habilitados. A China pode analisar e habilitar”, completou.
Segundo Fávaro, entre os 77 frigoríficos que cumprem as regras chinesas, há unidades em todas as regiões brasileiras. Uma das intenções é regionalizar essas habilitações, para que empresas do Nordeste, por exemplo, possam vender para a China. Atualmente, nenhum frigorífico nordestino tem autorização para embarcar proteína animal para lá.
O secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, destacou que a decisão pela habilitação cabe apenas ao país importador. “Não mandamos na soberania de outros países. Verificamos a conformidade[das empresas] e enviamos para a autoridade sanitária dos países. A partir daí, cabe o diálogo e interlocução, empresários fazendo pressão no país importador. É a estratégia negocial”, disse.
Goulart afirmou ainda que a China vai enviar uma missão técnica para reconhecer o status do Paraná e do Rio Grande do Sul como zonas livres de febre aftosa sem vacinação. Até o mês que vem, o Brasil também receberá visitas da Malásia, Filipinas, Indonésia e Cuba.
“É um período de consolidação de mercados conquistados e prospecção de novos”, afirmou.
Fonte: Globo Rural.