Enquanto não consegue uma solução para impasses que comprometem as exportações brasileiras para os Estados Unidos e outras economias desenvolvidas, o Brasil está atrás de mercados que não são tão protegidos e que praticamente desconhecem o País. À procura de novos parceiros comerciais que ajudem a diversificar a pauta exportadora, um grupo de cerca de 50 empresários brasileiros desembarca hoje em Estocolmo, na Suécia.
São executivos dos mais variados ramos: alimentação, bebidas, brinquedos, calçados, carnes, materiais para construção civil, móveis, produtos farmacêuticos, siderúrgicos, petroquímicos, têxteis e do segmento de turismo. A missão é chefiada pelo vice-presidente da República, Marco Maciel, que começou a viagem no dia 19 e deve terminá-la no dia 31.
A idéia do Ministério das Relações Exteriores, que organizou a missão empresarial de 12 dias aos países nórdicos (Dinamarca, Noruega, Finlândia e Suécia) é reverter o déficit comercial que o Brasil registra com essas economias. Antes de Estocolmo, a comitiva já esteve em Oslo e Helsinki e nos dia 29 e 31 irá a Copenhague. “Todas essas economias são importantes investidores no Brasil”, destaca o diretor-geral do Departamento de Promoção Comercial do Ministério e organizador da missão comercial, embaixador Mário Vilalva.
“Cada um desses países tem, em média, 60 grandes empresas que investem no Brasil”, afirma. “Somente a Suécia tem mais de 150 grandes empresas aqui”, completa.
A corrente de comércio de todos juntos é de US$ 2,2 bilhões por ano. Esse valor corresponde à soma de volume total de produtos exportados e importados pelo Brasil. Dos US$ 2,2 bilhões, as exportações brasileiras correspondem a apenas US$ 633 milhões. No caso da Suécia, no ano passado, o Brasil exportou apenas US$ 175 milhões em produtos como café, aviões, máquinas, químicos. Por outro lado, importou US$ 811 milhões em máquinas, veículos e eletroeletrônicos.
O cartão de visita que o Itamaraty leva na bagagem é um vídeo de 15 minutos sobre o Brasil para tentar mostrar aos empresários que o País é um bom negócio. “Vemos que os empresários desconhecem o Brasil e, por isso, precisamos mostrar quem somos e o que temos feito para melhorar nossa economia”, diz o embaixador. Foram identificadas possibilidades concretas para os seguintes setores de exportação brasileira: indústria alimentícia, carnes, frutas, flores, bebidas, chocolates e derivados, calçados e artefatos de couro, cosméticos, têxteis e confecções, brinquedos, autopeças, tecnologia da informação e software, energia e turismo.
Depois disso, empresários brasileiros e suecos sentarão à mesma mesa, falando a mesma língua: negócios. Cada empresário que integra a missão terá, pelo menos, quatro encontros agendados previamente. “O retorno dessas missões tem sido muito bom. No ano passado, fizemos alguns países da América Central e o comércio aumentou 24% depois dos encontros comerciais”, comemora o embaixador.
Fonte: O Estado de São Paulo (por Sheila d´Amorim), adaptado por Equipe BeefPoint