Brasil está entre os mais afetados por protecionismo

Dez meses depois do agravamento da crise econômica mundial, o Brasil está entre os países que mais sofreram com medidas protecionistas. Dezessete medidas de onze países já foram adotadas e atingem produtos brasileiros. O dado faz parte de um levantamento da entidade Global Trade Alert, financiada pelo Banco Mundial (Bird) e pelo governo britânico para monitorar a proliferação de medidas protecionistas pelo mundo.

Dez meses depois do agravamento da crise econômica mundial, o Brasil está entre os países que mais sofreram com medidas protecionistas. Dezessete medidas de onze países já foram adotadas e atingem produtos brasileiros. O dado faz parte de um levantamento da entidade Global Trade Alert, financiada pelo Banco Mundial (Bird) e pelo governo britânico para monitorar a proliferação de medidas protecionistas pelo mundo.

A proliferação de barreiras tem sido uma das preocupações de entidades como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e do Bird que temem que uma escalada nas restrições pode aprofundar ainda mais a crise. Hoje, a previsão é de que o comércio caia 10% em 2009. Mas a queda pode ser mais profunda se os países cederem às pressões protecionistas.

Apesar das promessas de não proteção, uma série de governos têm adotado medidas para desviar o fluxo de comércio ou distorcer mercados. Nem todas as medidas são direcionadas contra os produtos brasileiros. Mas, segundo os especialistas, o principal risco não é a adoção de políticas com um alvo preciso, mas ações que afetem o comércio de países que não são responsáveis pelos problemas internos de quem adotou as barreiras.

O mais afetado por barreiras é a China. São 36 medidas contra seus produtos em menos de um ano. Uma delas foi adotada pelo Brasil, com a elevação de taxas de importação para o aço. A Alemanha já sofreu 29 medidas. E os Estados Unidos, 24. No total, 142 países já sofreram algum tipo de restrição ou distorção comercial desde o início da crise.

O Brasil aparece na 21ª posição entre os mais afetados. Segundo o levantamento, as medidas afetam diversos setores, desde a agricultura até a autorização para brasileiros de trabalharem no exterior.

Na Suíça, certos produtos lácteos passaram a ganhar subsídios a exportações desde o fim de janeiro. A mesma medida foi adotada pela União Europeia, ameaçando os interesses brasileiros e de outros governos na exportação de lácteos para terceiros mercados. Na Ucrânia, todas as taxas de importação subiram 13% em março, com a meta de reduzir o déficit fiscal. O Brasil e mais 45 países foram afetados em mais de 1,1 mil produtos, entre eles alimentos. E a Rússia adotou tarifas de exportação para bens químicos e combustíveis.

Nos Estados Unidos, pelo menos três medidas podem afetar as exportações brasileiras. Uma é o aumento de subsídios desde dezembro para a produção de papel. Em maio, houve a adoção de subsídios ao setor lácteo, além da imposição de taxas para bens importados nessa área. Em fevereiro, o governo americano anunciou mais restrições para a contratação de estrangeiros em empresas que tenham sido auxiliadas por pacotes de resgate do governo. Trabalhadores brasileiros, mexicanos, paquistaneses, filipinos e outros estrangeiros devem ser afetados.

Já no Canadá, o governo anunciou uma ajuda ao setor marítimo, sob a condição de que peças e barcos fossem comprados apenas de produtores locais. Brasil, Espanha, Suécia e EUA estão entre os nove países atingidos.

Na América Latina, praticamente todos os obstáculos vêm da Argentina. O país aprovou novas exigências para a importação em março e reforçadas em maio, afetando 13 países, entre eles o Brasil. Já o Equador elevou suas taxas de importação para mais de 630 produtos. As exportações brasileiras acabaram afetadas.

Na Ásia, as exportações brasileiras têm sido principalmente afetadas por medidas protecionistas adotadas pela Indonésia que exige, desde janeiro, que cada produto que entre no país passe por uma nova burocracia. A medida atinge 500 produtos, entre eles café, sucos, açúcar e alimentos. Na Índia, incentivos para a exportação do setor têxtil foram adotadas em abril.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo, adaptadas pela Equipe AgriPoint.

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