O Sial 2006, realizado no mês passado em Paris, foi a vitrine para o Brasil mostrar carne bovina e o que o país tem feito para manter a sanidade e a liderança nas exportações do setor.
O Sial 2006, realizado no mês passado em Paris, foi a vitrine para o Brasil mostrar carne bovina e o que o país tem feito para manter a sanidade e a liderança nas exportações do setor.
Segundo o gerente de Produto do Programa de Qualidade do Nelore Natural (PQNN), da Associação de Nelore do Brasil (ACNB), Eládio Curado, as principais exigências do mundo são relacionadas à produção e envolvem certificações com foco em sanidade, meio ambiente e responsabilidade social. “Os concorrentes alegam que o Brasil é o maior produtor e exportador de carne bovina porque desmata florestas para produzir e usa trabalho escravo e infantil”, disse. “Temos de reverter essa imagem negativa”.
Uma iniciativa importante no evento, de acordo com a gerente de Marketing da Associação Brasileira da Indústria de Exportação de Carne (Abiec), Andréa Veríssimo, foi o Brazilian Beef Experience, um túnel onde as pessoas entravam e recebiam informações sobre o país por meio de textos e fotos.
Também expôs a história da chegada dos bois e a evolução da produção pecuária até o Brasil atingir a liderança nas exportações. “Mostramos, em desenho animado, as formas de fazer churrasco no Brasil: fogo de chão, boi no rolete e churrascaria rodízio (espeto corrido)”, contou em reportagem do Suplemento Agrícola do jornal O Estado de S.Paulo.
Na opinião do coordenador do BeefPoint, Miguel Cavalcanti, o túnel está alinhado com duas tendências interessantes do marketing: a primeira é proporcionar ao consumidor a possibilidade de ter uma experiência ao consumir o produto e a outra é o chamado marketing do diálogo, que tem a proposta de contar histórias sobre o produto. No caso, a produção de carne no Brasil, a cultura vaqueira e como o produto é consumido no país, em especial o churrasco, pode servir como excelente ferramenta para agregar valor à carne.
Cerca de 1,2 mil pessoas ainda puderam degustar picanha, fraldão, filé e contrafilé no estande brasileiro. “A aceitação da carne brasileira foi muito boa, tanto que o estande era o que tinha a fila”, lembrou Cavalcanti.
Principal fornecedor mundial de carne bovina, com mais de 20% das exportações – no ano passado, o Brasil embarcou 2,3 milhões de toneladas de equivalentes de carcaça e faturou US$ 3 bilhões -, o Brasil agora poderá brigar por melhores preços. Para isso, em mercados que já atua, é importante trabalhar segmentos que remunerem melhor a carne, defendeu Cavalcanti.
As informações são de reportagens do Suplemento Agrícola do jornal O Estado de S. Paulo.