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Brasil negocia exportação de carne bovina in natura para os Estados Unidos e Canadá

O Governo Federal começa uma nova ofensiva para ampliar a participação da carne bovina brasileira no comércio internacional. Agora, os alvos são os mercados dos Estados Unidos e do Canadá. O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Luiz Carlos de Oliveira, viajou ontem à noite (13) para esses países, a fim de convidar missões técnicas americanas e canadenses para inspecionar os frigoríficos das principais regiões produtoras de gado. O objetivo é habilitar esses estabelecimentos, no menor prazo possível, para que possam exportar à América do Norte.

“Já enviamos as informações para que os Estados Unidos e o Canadá pudessem fazer as respectivas análises de risco. Queremos, agora, que missões de veterinários venham visitar frigoríficos para que possam ser habilitados a exportar carne bovina a esses dois mercados”, explicou o secretário. Há mais de dois anos o Brasil vem negociando com os governos norte-americano e canadense a liberação das exportações de carne bovina in natura. Atualmente, os embarques para os EUA se restringem a carnes industrializadas. Aproximadamente 10% das vendas externas brasileiras de carne bovina do ano passado, que totalizaram US$ 1 bilhão, foram enviadas para os Estados Unidos.

A primeira visita de Oliveira será ao Canadá. Amanhã (15) e na sexta-feira (16), ele terá reuniões com os técnicos da Agência de Inspeção Alimentar. Recentemente, os canadenses autorizaram a entrada de cortes nobres de aves brasileiras. O Mapa quer ampliar a liberação à carne bovina in natura.

Na próxima segunda-feira (19), Oliveira se reunirá com técnicos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em Washington. O Brasil pretende preencher a demanda norte-americana por carne bovina in natura. As negociações começaram em abril deste ano, quando o ministro Marcus Vinicius Pratini de Moraes esteve reunido com a secretária de Agricultura, Ann Veneman, também na capital norte-americana. “Queremos o mesmo tratamento dado com relação à “vaca louca”, quando veio ao Brasil uma missão do grupo”, diz Oliveira. A idéia é abrir o mercado a todos os 12 estados livres de aftosa.

A estimativa do governo brasileiro é de que ainda este ano possa ser selado um acordo sanitário. As exportações de carne bovina poderiam começar em 2003, com expectativa de venda de 20 mil toneladas por ano, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Os Estados Unidos são hoje um dos maiores mercados mundiais para carne bovina e o Brasil tem interesse em suprir a demanda de carne in natura que não é suprida pelas empresas americanas, como a adquirida pela indústria de hambúrguer (carne magra de dianteiro), segundo Oliveira.

Hoje, a maior parte das importações norte-americanas de carne bovina in natura é feita do Canadá e do México, seus dois parceiros do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta). Segundo o secretário, o pedido a ser apresentado pelo Brasil para habilitar frigoríficos de carne bovina fresca incluirá os três mercados.

“Se conseguirmos abrir os EUA, entramos em todo o Nafta”, avalia o presidente da Abiec, Edivar Queiroz. Aquele mercado, diz ele, é uma boa saída para cortes como o dianteiro (mais baratos). Além disso, na atual circunstância, de queda de preço dos produtos, “é essencial a abertura de novos mercados”.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Gazeta Mercantil (por Neila Baldi) e O Estado de São Paulo (por Gecy Belmonte), adaptado por Equipe BeefPoint

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