O Brasil poderá alcançar o desmatamento líquido zero através de medidas de incentivo e sem comprometer a expansão da produção de alimentos. A conclusão está no relatório “Uma contribuição para o ‘INDC’ brasileiro”, do Earth Innovation Institute (EII). O documento faz um levantamento de propostas para as Contribuições Nacionais Determinadas (INDC, na sigla em inglês), que o Brasil deve apresentar na Conferência do Clima deste ano (COP-21), em Paris, no mês de dezembro.
A partir de análises coordenadas pelo pesquisador Daniel Napstad, o relatório mostra que a redução de 90% do desmatamento no Brasil, combinada com o compromisso de reflorestamento de 12 milhões de hectares, poderia reduzir em 40% as emissões nacionais de gases do efeito estufa em paralelo à expansão agrícola brasileira, tornando o Brasil líder na negociação internacional. Para que o resultado seja alcançado, no entanto, o estudo defende que o Brasil aposte em atrair novos investimentos público e privado para os programas agrícolas e florestais existentes.
A atual meta brasileira é de reduzir as emissões de gases do efeito estufa entre 36 a 39% até 2020. Com a redução do desmatamento anual na Amazônia em 76% no último ano, parte do compromisso foi alcançada e ações de comando e controle foram em grande parte responsáveis pelo resultado. Segundo o relatório, são necessários agora mecanismos de incentivo, como a premiação por “desempenho territorial” e títulos verdes florestais nacionais para uma nova fase de desenvolvimento rural.
O documento do EII destaca que o INDC pode ser uma oportunidade para acelerar a transição do país para essa nova fase, com regras claras e simplificadas dos mecanismos financeiros de mercado. Isso porque o sucesso na redução das emissões e desmatamento, o aumento da produtividade agrícola e proprietários rurais em conformidade com a lei reduzem os riscos e atraem investimentos, possibilitando a abertura de novos mercados.
Fonte: http://www.observatorioabc.com.br, adaptada pela Equipe BeefPoint.